O Brasil tem se destacado como fonte de inspiração para pesquisas científicas sobre alimentação saudável em diversos países. Essa mudança é visível em muitas escolas pelo país.
“A diferença é que o industrializado passa por fases antes de chegar na nossa mesa, enquanto o natural vem direto da natureza”, explica o estudante Heitor do Nascimento dos Santos.
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A revolução alimentar teve início nos anos 2000 com a equipe liderada pelo pesquisador Carlos Monteiro, da Universidade de São Paulo (USP). Os cientistas brasileiros desenvolveram uma nova classificação de alimentos, dividindo-os em quatro grupos: in natura ou minimamente processados, ingredientes culinários, processados e ultraprocessados. Essa classificação influenciou a forma como o mundo enxerga a nutrição.
De acordo com um levantamento recente, a má alimentação gera um custo superior a R$ 9 bilhões por ano ao Sistema Único de Saúde (SUS), em virtude de doenças como diabetes, obesidade e hipertensão.
“Os alimentos naturais são combinações de carboidratos, proteínas, fibras, vitaminas e minerais que a natureza constrói. Esses são os alimentos adequados para os nossos sistemas biológicos. Por isso, cozinhar e preparar os alimentos é tão importante”, ressalta Carlos Augusto Monteiro, pesquisador do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da USP.
Há uma década, as recomendações dos pesquisadores da USP foram incorporadas ao Guia Alimentar para a População Brasileira, promovido pelo Ministério da Saúde. Essa medida impactou políticas públicas que incentivaram escolas a servir refeições mais saudáveis, incluindo frutas e verduras no cardápio das cantinas. Além disso, alunos de várias instituições têm aprendido sobre a importância de uma alimentação equilibrada.
“Eles participam de oficinas de culinária onde manipulam os alimentos, descobrem suas características e os benefícios para o organismo”, afirma Raquel Queiroz, diretora de uma escola.
O impacto global da pesquisa brasileira é destacado por Chris van Tulleken, pesquisador e médico britânico. “O estudo brasileiro mudou o paradigma da alimentação no mundo”, declara. Chris, que faz parte de comissões sobre alimentação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), está no Brasil e observa que no Reino Unido 60% das calorias consumidas por crianças vêm de produtos que não fornecem a nutrição necessária. Ele ainda reforça que as maiores universidades internacionais começaram a estudar o tema devido à liderança do Brasil.
“Temos que aprender com os cientistas brasileiros”, conclui.
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