Aos 91 anos, bisavó se forma na escola: “Sempre sonhei em saber escrever meu nome”

Iolanda Ribeiro Conti, de 91 anos, recebeu seu diploma do ensino médio em dezembro, realizando um sonho que carregava desde a juventude. Natural de Piranguçu (MG), ela subiu ao palco da Universidade Guarulhos, em São Paulo, no dia 11 de dezembro, vestida com beca para a cerimônia de formatura. O diploma foi entregue por professores da Escola Estadual Padre Conrado Sivila, pelo programa Educação de Jovens e Adultos (EJA).

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Iolanda começou a trabalhar aos 8 anos e nunca teve a oportunidade de estudar. “Tive uma infância difícil. Eu ajudava meus pais trabalhando na roça. Eles eram muito pobres e não tínhamos boas condições de nos alimentar. Eu cuidava da casa, cuidava dos meus irmãos menores e levava comida para eles”, conta à Crescer.

Aos 11 anos, recebeu uma proposta para se mudar para São Paulo com a promessa de que poderia estudar. “Com uma promessa de estudar e brincar com a filha de uma conhecida, vim para São Paulo com ela. Mas chegando aqui foi tudo diferente. Ela me agrediu e me fez de escrava. Até que um dia eu fugi e passei a trabalhar em outras quatro residências, até encontrar uma amiga, com quem passei a morar. Ela me deu apoio para eu conseguir visitar meus pais”, relembra.

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Depois de retornar a São Paulo, trabalhou como empregada doméstica, casou-se e teve três filhos. Mesmo assim, nunca desistiu do desejo de estudar. “Sempre sonhei em me formar para saber ler e escrever meu nome”, afirma.

A filha, a fisioterapeuta Vera Lúcia Ribeiro Conti, matriculou Iolanda no EJA para ajudá-la a concluir os estudos. “Minha filha me matriculou no EJA, no Colégio Crispiniano Soares. Logo depois, entrei na Escola Padre Conrado e terminei o Ensino Médio”, diz.

Agora, com o diploma em mãos, Iolanda já tem um novo objetivo. “Me senti muito feliz, pois este era um sonho de muitos anos. Quero continuar estudando e cursar nutrição na faculdade”, declara.

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