Bares e restaurantes lideram revolução verde, revela estudo

Um estudo pioneiro, realizado pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) em parceria com o Sebrae, revelou uma tendência surpreendente: bares e restaurantes em todo o Brasil estão adotando práticas de economia circular, transformando desde energia solar até resíduos em gás.

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Este levantamento, que ouviu mais de mil gestores, destaca a conscientização sobre o meio ambiente, questões financeiras e a demanda crescente dos clientes por práticas sustentáveis como os principais impulsionadores dessa mudança. As conclusões do Diagnóstico de Economia Circular apontam para um avanço significativo dos pequenos negócios em gestão sustentável, uso eficiente de energia e manejo de resíduos.

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Luiza Campos, líder de ASG da Abrasel, enfatiza a importância desse resultado, especialmente considerando que a maioria do setor é composta por micro e pequenas empresas. A pandemia atuou como um catalisador, forçando os negócios a buscar maior eficiência com menos recursos. Campos observa que iniciativas como a gestão assertiva de resíduos, pausadas durante a crise sanitária, estão agora ganhando novo fôlego.

O estudo categorizou as práticas de economia circular em cinco grupos principais:

  1. Energia: Foco em fontes limpas e renováveis.
  2. Água: Uso eficiente e sustentável.
  3. Gestão: Adoção de tecnologias inovadoras e treinamento de funcionários.
  4. Consumo de Recursos: Estabelecimento de relações sustentáveis com fornecedores.
  5. Recuperação de Resíduos: Estratégias para reduzir o desperdício e implementar logística reversa.

Entre as pequenas empresas, as ações mais comuns estão relacionadas ao uso de energia, gestão de resíduos e consumo consciente de recursos. Surpreendentemente, as empresas classificadas como MEI (Microempreendedor Individual) lideram em quatro desses cinco blocos.

O estudo também revelou que a motivação dos próprios empreendedores é o maior fator que leva à adoção dessas práticas sustentáveis. Outros fatores incluem a influência dos clientes, exigências de parceiros, fornecedores e investidores.

Marcelo Andrade Soares, proprietário do restaurante Tia Zarica em Belo Horizonte, MG, exemplifica essa tendência. Inicialmente motivado por questões financeiras e a necessidade de prevenir uma crise hídrica, Soares adotou o reuso de água da chuva em 2006. Após perceber os benefícios, expandiu suas iniciativas para incluir a transformação de óleo usado em sabão e a instalação de usinas de energia fotovoltaica, tornando-se autossuficiente em energia.

De acordo com Campos, a economia de energia é uma das maiores preocupações dos estabelecimentos do setor, devido ao uso intensivo de equipamentos como fornos e geladeiras. Exemplos como o do Tia Zarica mostram um caminho inovador e sustentável, desde a utilização de energia solar até a produção de biogás a partir de alimentos descartados.

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