Um relatório recente divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU) revela um cenário alarmante: a produção global de lixo eletrônico está crescendo a um ritmo cinco vezes maior do que sua reciclagem. O estudo, intitulado “Monitor Global de E-lixo”, evidencia que em 2022 foram produzidas 62 milhões de toneladas de e-lixo, uma quantidade suficiente para preencher 1,5 milhão de caminhões de 40 toneladas.
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Apenas 22,3% desse montante foi efetivamente coletado e reciclado, acarretando perdas estimadas em 62 bilhões de dólares em recursos naturais, além de aumentar os riscos ambientais e de saúde, especialmente em países mais vulneráveis. O relatório projeta que, sem medidas eficazes, a geração de e-lixo pode chegar a 82 milhões de toneladas até 2030.
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Diversos fatores contribuem para este cenário, incluindo o rápido avanço tecnológico, maior consumo, ciclos de vida mais curtos dos produtos, a eletrificação crescente da sociedade, e uma infraestrutura de gestão de e-lixo inadequada. Kess Baldé, cientista sênior da ONU, destaca a necessidade urgente de investir em infraestrutura de reciclagem, reparo e reutilização, bem como medidas para combater o descarte ilegal de e-lixo.
O relatório também aponta o Brasil como um dos maiores produtores de lixo eletrônico das Américas, superando países como México e Canadá. Com 2,4 milhões de toneladas de e-lixo geradas anualmente, o país ocupa a segunda posição no ranking americano, atrás somente dos Estados Unidos. Em termos de reciclagem, no entanto, o Brasil ainda fica muito atrás, reciclando apenas 3% do total gerado.
O lixo eletrônico descartado de forma irregular contém metais pesados e substâncias perigosas, representando uma grave ameaça à saúde e ao meio ambiente. A reciclagem adequada desses materiais poderia prevenir a extração de 900 milhões de toneladas de minério, destacando a importância de ações eficazes neste setor.
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