Em média, as mulheres brasileiras ganham 19,4% menos do que os homens. Dependendo do tipo de trabalho, o fosso é ainda maior. Por exemplo, a disparidade salarial chega a 25,2% em cargos de liderança e gerência. Os números foram extraídos do 1o Relatório Nacional de Transparência Salarial e de Critérios Regulatórios, divulgado nesta segunda-feira (25) pelos ministérios do Trabalho e Emprego e da Mulher.
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As mulheres negras são as que têm a renda mais desigual no recorte por raça, além de estarem em menor número no mercado de trabalho. A remuneração média dos homens não negros é de 5.718,40 reais, 27,9% acima da média, enquanto a remuneração média das mulheres negras é de 3.040,89 reais, correspondendo a 68% da média. Elas recebem 66,7% dos salários das mulheres não negras.
O levantamento utilizou dados enviados por quase 100 empresas com pelo menos 100 funcionários. As empresas têm cerca de 17,7 milhões de pessoas trabalhando juntas. Entre as empresas pesquisadas, 51,6% usam sistemas de remuneração baseados em horas extras, proatividade e capacidade de trabalho em equipe.
Os homens atingem mais esses parâmetros de disponibilidade para o trabalho do que as mulheres, que normalmente precisam dividir seu tempo entre trabalhar e cuidar de filhos e familiares. A falta de políticas que incentivem a contratação de mulheres é outro sinal de que as políticas que visam a igualdade salarial não funcionaram bem.
Apenas 32,6% das empresas analisadas pelo levantamento usam processos seletivos para contratar mais mulheres.
Os números são ainda mais baixos quando se trata de empresas que utilizam processos seletivos para contratar mulheres negras, com deficiência, LGBTQIAP+, mulheres que cuidam de suas famílias e vítimas de violência. Ainda há poucas empresas que implementam políticas como auxílio-creche (21,4%), licença maternidade/paternidade estendida (17,7%) e flexibilização do regime de trabalho para apoio à parentalidade (39,7%).
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