O governo brasileiro concluiu nesta quinta-feira (28) a fase de consulta pública para o próximo leilão de reserva de capacidade de energia, programado para 30 de agosto. Uma mudança notável nesta edição é a incorporação de tecnologias de armazenamento de energia, divulgada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, na semana passada.
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O certame tem como objetivo integrar novas tecnologias para atender à demanda energética futura e reforçar o Sistema Interligado Nacional (SIN).
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Com o aumento da participação de fontes renováveis intermitentes, como energia solar e eólica, nos últimos anos, surgiu a necessidade de adaptar o modelo energético nacional. As baterias emergem como uma solução para armazenar eletricidade gerada por turbinas eólicas e painéis solares, distribuindo-a conforme a demanda, reduzindo desperdícios e aumentando a previsibilidade do sistema.
Especialistas consultados pela CNN afirmam que o armazenamento de energia em baterias pode ser uma das alternativas para aumentar a eficiência energética nacional.
Para Joaquim Augusto Melo de Queiroz, advogado especializado em energia, o avanço tecnológico torna esse modelo mais acessível. “Trata-se de uma solução técnica que pode contribuir significativamente para a segurança do sistema elétrico nacional. Os custos estão diminuindo consideravelmente com o avanço dessa tecnologia. As baterias também têm a vantagem de fornecer potência imediata ao sistema”, destaca.
Lucas Paiva, COO da Lead Energy e especialista do setor elétrico, destaca que o uso de baterias pode evitar problemas em caso de interrupções nas transmissões. “Será uma reserva para ser acionada nos momentos de estresse e necessidade do sistema, abrindo espaço para testar essas novas tecnologias”.
Para associações de armazenamento de energia, a inclusão das baterias representa um potencial para o Brasil promover a transição energética.
“A decisão reflete o esforço contínuo realizado pela nossa associação e representa um avanço significativo na agenda de transição energética do país”, afirma Markus Vlasits, presidente da Associação Brasileira de Armazenamento de Energia (ABSAE).
Apesar dos benefícios apontados, parte dos analistas destaca a necessidade de dividir o leilão, reservando uma parte exclusiva para a aquisição das baterias.
Tiago Lobão Cosenza, advogado especialista no setor energético, ressalta que a separação dos certames pode trazer mais segurança ao setor. “Acredito que as baterias vieram para ficar e serão de suma importância para o desenvolvimento do setor energético nacional. No entanto, não podemos, neste momento, perder o foco na segurança, que é o propósito deste leilão”, comenta.
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