Scanner promete melhorar diagnósticos de Alzheimer e depressão

Nesta terça-feira, 2, foi divulgada a primeira imagem de um cérebro humano obtida por uma máquina de ressonância magnética dez vezes mais potente do que as disponíveis em hospitais ao redor do mundo. Este avanço tecnológico representa uma promessa significativa para a compreensão e o tratamento de doenças neurodegenerativas, como Parkinson e Alzheimer, além de condições psicológicas como depressão e esquizofrenia.

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A pesquisadora Anne-Isabelle Étienvre, da Comissão de Energia Atômica da França (CEA), explicou que a nova tecnologia oferece a perspectiva de elucidar os mecanismos complexos por trás dessas condições, anteriormente indescritíveis. Por exemplo, espera-se que seja possível compreender melhor o funcionamento das células no hipocampo, uma área do cérebro associada à doença de Alzheimer.

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Além disso, cientistas estão ansiosos para mapear como certos medicamentos, como o lítio utilizado no tratamento do transtorno bipolar, são distribuídos pelo cérebro. O poderoso campo magnético gerado pela ressonância magnética permitirá uma visualização mais nítida das regiões cerebrais afetadas pelo lítio, potencialmente auxiliando na identificação de pacientes que responderão melhor ou pior ao tratamento.

Segundo Étienvre, uma compreensão mais aprofundada dessas doenças poderia resultar em diagnósticos mais precoces e, consequentemente, em tratamentos mais eficazes.

O scanner de ressonância magnética mais poderoso do mundo atinge um novo patamar de precisão, oferecendo aos especialistas uma oportunidade sem precedentes de explorar os mistérios da mente e as doenças que a afligem. Este avanço tecnológico não apenas permite uma melhor compreensão da anatomia cerebral, mas também oferece insights sobre as áreas ativadas durante tarefas específicas.

Nicolas Boulant, diretor científico do projeto, enfatizou que o poder desta máquina, chamada de Iseult, será fundamental para entender a relação entre a estrutura do cérebro e as funções cognitivas.

O escaneamento de cérebros humanos com este novo equipamento representa um marco significativo. Nos últimos meses, cerca de 20 voluntários saudáveis foram os primeiros a se submeterem ao procedimento, demonstrando um nível de precisão sem precedentes.

Com um campo magnético de 11,7 teslas, dez vezes mais poderoso do que as ressonâncias magnéticas convencionais, o scanner Iseult revela detalhes antes invisíveis do cérebro humano. Alexandre Vignaud, físico envolvido no projeto, destacou que a máquina possibilita a visualização de minúsculos vasos sanguíneos e detalhes do cerebelo que antes eram quase imperceptíveis.

A ministra da Pesquisa da França, Sylvie Retailleau, elogiou a inovação, afirmando que ela permitirá uma melhor detecção e tratamento de patologias cerebrais.

Embora o scanner não esteja atualmente disponível para uso clínico, espera-se que os insights obtidos possam eventualmente beneficiar pacientes em hospitais. Nos próximos meses, uma nova coorte de voluntários saudáveis será recrutada para continuar explorando os potenciais desta tecnologia, enquanto o uso em pacientes com patologias ainda está previsto para os próximos anos.

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