Imagine apenas transformar o calor de “rochas super quentes” em eletricidade, injetando água em profundidades na crosta terrestre, aumentando seu aquecimento e devolvendo-o à superfície como vapor. Os especialistas acreditam que a energia geotérmica, que é produzida pelo calor do interior da Terra, pode ser uma fonte confiável, limpa e promissora de energia.
++ Veneza sofre protestos após cidade começar a cobrar entrada de turistas
Na conferência CERAWeek realizada no mês passado em Houston, no Texas (EUA), o assunto foi abordado por executivos da indústria de petróleo e gás por um longo período de tempo.
No estudo, a obtenção de energia dessa natureza por meio de rochas super quentes tem o potencial de fornecer enormes quantidades de energia renovável durante todo o dia, cerca de milhares de terawatts. Isso é diferente de fontes de energia solar e eólica, por exemplo. Embora seja uma fonte natural, ela é usada pouco em todo o mundo.
++ Rio de Janeiro espera mais de 1,5 milhão de pessoas em show da Madonna em Copacabana
A secretária de energia dos Estados Unidos, Jennifer Granholm, apontou: “Se conseguirmos capturar o ‘calor sob nossos pés’, ele poderá ser uma fonte de energia escalonável de carga de base limpa e confiável para todos, desde a indústria até as residências”.
No início do mês de Abril, a Clean Air Task Force e a Universidade de Twente publicaram uma análise que indica onde os investidores devem procurar investir nessas rochas. Esse é o primeiro estudo que mostra a profundidade necessária para que as empresas perfurem a Terra para atingir temperaturas de 373,5 graus Celsius, que são as temperaturas ideais das rochas.
Os Estados Unidos, Rússia e China são os três países com maior potencial energético para esse tipo de investimento. Ao todo, essa análise indica que é possível obter quase 180.000 TWh de energia.
Além de Nevada e Califórnia, os Estados Unidos oferecem a maior proximidade da superfície da Terra, o que significa que eles não precisam se aprofundar muito no solo. O estudo concluiu que apenas 1% do potencial energético das rochas super quentes do país pode produzir mais de 4 TW de energia. Isso representa 21 mil milhões de barris de petróleo.
Terra Rogers, diretora de energia de rochas super quentes do CATF, afirmou: “Esses mapas têm como objetivo aguçar o apetite do governo e das empresas com os recursos adequados para poder iniciar esse caminho de pesquisa”. Ela afirma que as empresas que operam no setor de petróleo e gás podem ver esse tipo de energia como uma oportunidade de transição. A perfuração geotérmica em terras arrendadas para petróleo e gás nos Estados Unidos também pode ser feita sem a necessidade de solicitar novas licenças. No entanto, a maior dificuldade desse mercado é a falta de investimento, pois os custos são elevados e os riscos inciais são altos porque esta é uma tecnologia nova.