Federica Bertocchini, bióloga molecular e apicultora amadora, descobriu que as larvas da mariposa Galleria mellonella, também conhecidas como traça da cera ou traça do favo de mel, podem ser a solução para um dos maiores desafios ambientais da atualidade: a decomposição do plástico.
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Em uma entrevista a à BBC Earth, publicada no último domingo (06), Federica, revelou ter se deparado com essa realidade por acaso. Ao limpar suas colmeias, notou que as larvas, geralmente consideradas estavam tendo uma ação surpreendente. “Coloquei os vermes em um saco plástico e, em pouco tempo, percebi que eles estavam fazendo buracos (no plástico)”, revelou.
Com isso, deu início a uma deu pesquisa que a levaria a uma descoberta revolucionária. “Foi um verdadeiro momento eureka. Foi o começo da história. O começo do projeto de pesquisa, de tudo”, contou.
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As larvas da Galleria mellonella possuem enzimas em sua saliva, chamadas Ceres e Demeter, capazes de oxidar o polietileno, um dos tipos de plástico mais comuns. Essa oxidação quebra as longas cadeias moleculares do plástico, facilitando sua decomposição.
Mas o processo vai além da simples quebra química. As larvas parecem digerir o plástico como se fosse alimento, utilizando-o como fonte de energia. “Há algo acontecendo com a fisiologia do animal que extrai algo dessa biodegradação do plástico”, explicou Christophe LeMoine, professor de fisiologia comparativa da Brandon University, no Canadá.
A descoberta da bióloga abre caminho para soluções inovadoras na luta contra a poluição por plástico. A pesquisadora agora atua como diretora de tecnologia da startup Plasticentropy France, onde trabalha com uma equipe para desenvolver métodos de aplicação das enzimas da Galleria mellonella na decomposição de resíduos plásticos em larga escala. “O objetivo principal é ser capaz de aplicar essas enzimas aos resíduos plásticos. Eu quero muito que esta descoberta e tecnologia sejam desenvolvidas e transformadas em uma solução que possamos usar globalmente”, declarou.
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