Brasileiro cria método para combater pesca acidental de tubarões e raias

Em meio à crescente preocupação com a preservação da biodiversidade marinha, o Brasil teve uma conquista científica promissora. O pesquisador Marcelo Reis, durante seu doutorado em oceanografia na Universidade de Sydney, na Austrália, desenvolveu uma fórmula matemática e uma nova técnica capazes de fazer a análise de risco ecológico voltada ao manejo pesqueiro.

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A inovação reside na capacidade de prevenir a pesca acidental de tubarões e raias, espécies frequentemente capturadas como “captura acessória”, colocando-as em risco de extinção.

O trabalho inovador de Reis se baseia em dados de ocorrência de pescarias e das espécies da ‘Australian Fisheries Management Authority’ (AFMA). A qualidade desses dados das espécies capturadas e do peso total dos animais permitiu ao pesquisador realizar análises precisas.

Através da correlação entre esses dados práticos e as probabilidades de captura presentes na literatura e na plataforma AquaMaps, Reis obteve um valor para cada espécie, representando o “índice de interação pesqueira”. Essa métrica inovadora foi então comparada com as espécies-alvo das pescarias, com foco na captura acessória de tubarões e raias, animais frequentemente ameaçados de extinção, conforme classificados pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).

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O método desenvolvido se destaca pela praticidade e baixo custo de implementação, não exigindo grandes quantidades de dados. Essa característica o torna uma ferramenta para o manejo pesqueiro, especialmente em regiões com recursos limitados para pesquisas complexas. A simplicidade permite a rápida identificação das espécies mais ameaçadas ou com maior índice de interação com a pesca, possibilitando a priorização de ações de proteção nessas populações.

Os testes realizados na Austrália comprovaram a eficácia do método de Reis, validando sua aplicabilidade no manejo pesqueiro. A relevância da pesquisa foi reconhecida pela comunidade científica internacional, com publicação na revista especializada Diversity.

O pesquisador ressalta a importância de combater a visão negativa e distorcida que muitas pessoas têm sobre tubarões e raias, frequentemente associados à imagem agressiva difundida pelo filme “Tubarão” de 1975. Dados de 2023 revelam que, em todo o mundo, apenas oito pessoas morreram por ataques de tubarões, enquanto na África, 500 pessoas foram atacadas por hipopótamos. Para o pesquisador, a mitificação do animal marinho como monstros devoradores de pessoas é infundada e gera impactos negativos na conservação dessas espécies.

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