Curativo inteligente esteriliza e cura feridas sozinho

Uma inovação que pode transformar o tratamento de feridas está em desenvolvimento por pesquisadores da Universidade de Southampton, na Inglaterra. De acordo com informações divulgadas pelo Olhar Digital na última quinta-feira (30), um novo tipo de curativo inteligente, capaz de curar feridas sozinho e enviar dados aos médicos, está sendo testado. Utilizando uma combinação de raios de luz e eletricidade, o dispositivo também promete diminuir cicatrizes e melhorar significativamente o processo de recuperação.

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As bandagens de alta tecnologia representam um avanço em relação aos métodos tradicionais, como gaze e “band-aid”. Esses curativos inteligentes são classificados como dispositivos vestíveis e possuem componentes eletrônicos flexíveis integrados. Um circuito removível, que pode ser reutilizado em novos curativos, é a chave para a funcionalidade do dispositivo.

Os protótipos apresentados em conferências médicas têm a capacidade de detectar o progresso da cicatrização e transmitir essas informações sem fio aos médicos. Além disso, os pesquisadores esperam que o dispositivo possa, no futuro, administrar tratamentos remotamente. Enquanto um simples corte ou arranhão pode não justificar o uso deste curativo, ele pode ser vital para o tratamento de feridas graves, potencialmente salvando vidas.

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Pesquisadores da Universidade de Southampton incorporaram minúsculas luzes LED nos curativos para emitir luz ultravioleta-C, que esteriliza a ferida durante a cicatrização. Atualmente, o dispositivo está em fase inicial de testes em laboratório.

Paralelamente, uma equipe de cientistas da Universidade da Pensilvânia e Rutgers está testando uma versão do curativo em animais. Este modelo pode detectar infecções e administrar eletroterapia — uma descarga de eletricidade que acelera a cicatrização. Estudos indicam que a estimulação elétrica pode aumentar a migração de células imunológicas para eliminar germes e remover células mortas no local da ferida.

Além disso, há a possibilidade de que esses curativos possam, eventualmente, administrar antibióticos armazenados em pequenas cápsulas ou hidrogéis. Em caso de infecção, um médico poderia, remotamente, solicitar a abertura de uma válvula para aplicar o medicamento diretamente na ferida.

O que dizem os especialistas?

“É uma área muito quente atualmente”, afirmou Guillermo Ameer, engenheiro biomédico e professor da Northwestern University, ao The Wall Street Journal. “Quando começamos nesta área, há cinco anos, havia muito poucas pessoas olhando para bandagens inteligentes. Agora temos muitos colegas, não só nos Estados Unidos, mas também na China e na Europa”, diz.

Dr. William Tettelbach, especialista em tratamento de feridas e presidente da American Professional Wound Care Association, destacou o potencial da tecnologia para monitorar pacientes remotamente. “Você poderia ter centros de saúde que monitorassem esses dispositivos e contatassem os pacientes quando houvesse um problema”, comentou.

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