Pesquisadores revelaram a descoberta de evidências de água doce circulando na Terra há cerca de 4 bilhões de anos, aproximadamente 500 milhões de anos antes do que se acreditava anteriormente.
Este achado, publicado na revista Nature Geoscience, foi feito através da análise de moléculas de oxigênio em cristais de zircão. A informação foi divulgada na imprensa brasileira nesta semana.
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Os cientistas analisaram as proporções isotópicas de oxigênio em zircões provenientes das colinas de Jack Hills, na Austrália, uma das formações rochosas mais antigas do planeta. Normalmente, espera-se encontrar isótopos de oxigênio pesados nesses minerais.
No entanto, zircões datados de 3,4 e 4 bilhões de anos apresentaram proporções que indicam a presença de oxigênio mais leve. Essas proporções mais leves de oxigênio sugerem uma quantidade significativa de água doce.
Especificamente, os zircões de 3,4 bilhões de anos mostraram proporções de oxigênio-18 para oxigênio-16 tão baixas quanto 0,1 por mil em comparação à água oceânica da época. Já os zircões de 4 bilhões de anos apresentaram valores em torno de 2 partes por mil.
Esses resultados sugerem que havia terra suficiente acima do nível do mar para sustentar o ciclo da água. A evaporação e precipitação alteram a composição química das moléculas de água, concentrando oxigênio-16 na água doce.
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Quando essa água da chuva infiltra-se no solo, reage com rochas ou magma, resultando em valores isotópicos mais leves. Embora a presença de um ciclo de água doce há 4 bilhões de anos não indique necessariamente a existência de vida naquela época, ela aponta para a presença de um ingrediente crucial para a formação da vida.
O estudo está atualmente submetido a um comitê científico para revisão, aguardando retorno sobre a credibilidade dos resultados. Esta descoberta não apenas desafia as concepções atuais sobre a cronologia da água na Terra, mas também abre novas perspectivas sobre as condições que possibilitaram o surgimento da vida em nosso planeta.
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