Com aumento nos preços dos streamings, locadoras voltam a ganhar destaque em SP

O cenário nostálgico das locadoras de DVDs está ressurgindo nas ruas de São Paulo, impulsionado pelo aumento nos preços das assinaturas de streaming. Enquanto os gigantes digitais ajustam suas tarifas, os estabelecimentos físicos estão tendo um influxo de clientes em busca de uma alternativa mais econômica para encontrar seus filmes favoritos.

Na Video Connection, a mais antiga da cidade e uma das quatro últimas locadoras restantes na capital paulista, o movimento tem aumentado consideravelmente. Paulo Pereira, de 67 anos, proprietário do espaço, que possui um acervo de 14 mil DVDs, observa um crescente interesse entre os jovens. “Tenho recebido muitos alunos de faculdade que procuram filmes raros”, contou ao Metrópoles.

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Outras locadoras da cidade compartilham histórias semelhantes. A Charada Clube, na Vila Tolstoi, oferece entre 14 e 15 mil DVDs e 2 a 3 mil VHS, enquanto a Eject Video, na Vila Clementino, possui 11 mil títulos. A Horus Vídeo Locadora, na Vila da Saúde, completa o quarteto com 6 mil filmes.

Apesar das dificuldades financeiras, principalmente pela pirataria e pela competição com os streamings, as locadoras sobrevivem graças à oferta de um serviço personalizado. Ricardo Luperi, dono da Eject Video, destaca a curadoria cuidadosa de filmes e a relação próxima com os clientes como fatores-chave para a continuidade do negócio. “Não dou o que a pessoa quer, mas faço ela descobrir um gosto pelo cinema”, explicou.

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Os preços competitivos também atraem consumidores. O aluguel de um DVD varia entre R$ 8,00 na Horus Vídeo Locadora e R$ 16,00 na Eject Video, enquanto o plano mais barato de streaming, da Amazon Prime, custa R$ 19,90 mensais. Rose Carvalho e Val Ramos, proprietárias da Horus, defendem que o aluguel oferece uma escolha mais assertiva e econômica. “A plataforma tem seu valor, mas a quantidade de opções muitas vezes é uma ilusão”, argumentou Val.

O futuro das locadoras, no entanto, é incerto. Gilberto Petruche, da Charada Clube, expressa preocupação com a falta de novos lançamentos em DVD. Para sobreviver, ele diversificou as atividades da loja, promovendo eventos culturais e aulas de canto. “Eu vejo as locadoras se tornando uma espécie de museu vivo”, declarou.

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