Fim das celas? ‘Prisão do futuro’ implanta memórias e faz criminosos sentirem a dor de suas vítimas

Na última quarta-feira (26), o pesquisador Hashem Alghaili apresentou um conceito inovador que pode transformar radicalmente o sistema penitenciário: o “Cognify”. Este projeto propõe uma reabilitação acelerada para criminosos através da implantação de memórias sintéticas que recriam os crimes a partir da perspectiva das vítimas. O objetivo é que os prisioneiros cumpram suas sentenças em minutos, ao invés de anos ou décadas.

O Cognify é uma instalação concebida para que os presos sejam tratados como pacientes, onde lembranças são criadas em tempo real utilizando conteúdo gerado por inteligência artificial (IA). Essas memórias são ajustadas conforme a gravidade do crime e a sentença do indivíduo, com o intuito de atender às necessidades específicas de reabilitação. Segundo Hashen, ao serem implantadas, elas são integradas às redes neurais existentes no cérebro, prevenindo dissonâncias cognitivas e garantindo que o sujeito vivencie essas memórias como se fossem reais.

O procedimento inicia com uma escolha: o prisioneiro pode optar entre cumprir uma sentença longa em uma cela de prisão ou submeter-se à reabilitação acelerada oferecida pelo Cognify. Caso escolha a segunda opção, passa por uma varredura cerebral de alta resolução que cria um mapa detalhado dos seus caminhos neurais. Este orienta o dispositivo a direcionar regiões específicas do cérebro responsáveis pela memória, raciocínio e pensamento lógico.

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Com as regiões cerebrais alvo identificadas, o Cognify é colocado ao redor da cabeça do prisioneiro, ajustando a intensidade e o tipo de memórias artificiais de acordo com o crime. O tempo dentro da mente do criminoso passa de forma diferente, mais lentamente do que na vida real, fazendo com que eles experimentem anos de lembranças em apenas alguns minutos. Elas são personalizadas para provocar empatia e remorso, simulando a dor e o sofrimento das vítimas e as consequências a longo prazo das ações violentas.

Além de tratar crimes violentos, o Cognify pode abordar uma variedade de delitos, desde violência doméstica e crimes de ódio até desfalques e fraudes. O sistema pode modular neurotransmissores e hormônios para induzir estados emocionais específicos, cruciais para a reabilitação. O monitoramento em tempo real e os mecanismos de feedback permitem a adaptação e otimização do processo de reabilitação, assegurando que as memórias se integrem de forma permanente na mente do sujeito.

“Enquanto os sujeitos estão passando pela sessão terapêutica, dados valiosos são coletados de todos os prisioneiros em um computador central para pesquisa científica, o que ajudará a entender a mente criminosa e determinar a melhor abordagem para combater crimes na sociedade. Análises impulsionadas por IA poderiam aprimorar a funcionalidade do dispositivo, otimizando futuros procedimentos com base nos dados e insights coletados. O Cognify poderia contar com armazenamento criptografado para informações dos prisioneiros e dados de reabilitação. Um design compacto e portátil permitiria que ele fosse usado em qualquer lugar do mundo”, explica.

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Após a sessão, os familiares recebem um relatório sobre as novas memórias implantadas, para que se ajustem aos novos traços de personalidade positivos do indivíduo. O sujeito é então reintegrado à sociedade, livre do crime. Além de sua aplicação em reabilitação criminal, o Cognify tem potencial para tratar perda severa de memória e transtorno de estresse pós-traumático (PTSD), ajudando pacientes a recuperar memórias ou substituir lembranças negativas por positivas.

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