Quando Doris Stauffer faleceu aos 74 anos, seu filho Jim Stauffer decidiu doar seu corpo para o Centro de Recursos Biológicos (BRC) no Arizona, Estados Unidos, na esperança de contribuir para pesquisas sobre doenças cerebrais como o Alzheimer, que afligia sua mãe. No entanto, anos depois, o homem descobriu através de uma investigação da Reuters que o corpo de Doris nunca foi utilizado para esses propósitos. Em vez disso, foi vendido ao Exército dos EUA para testes de explosões.
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A sugestão de doar o corpo veio de uma enfermeira, segundo Stauffer. Dez dias após a decisão, ele recebeu os restos cremados da mãe. No entanto, anos depois, um jornalista da Reuters descobriu que o corpo de Doris nunca foi utilizado para pesquisas sobre o cérebro. Em vez disso, foi vendido ao Exército dos EUA para testes de explosões, apesar de Stauffer ter proibido explicitamente esse tipo de análise no formulário de consentimento que assinou.
“Havia citações na documentação sobre a realização desses experimentos. Mas para realizar exames médicos que pudessem envolver explosões, dissemos que não. Marcamos a opção ‘não’ em tudo isso”, disse Stauffer ao canal ABC 15 do Arizona.
Enquanto universidades públicas podem usar corpos doados para pesquisas ou aulas de medicina, investigações recentes revelaram que, no setor privado, há riscos de os cadáveres terem destinos diferentes do pretendido. Em 2016, uma investigação da Reuters expôs o comércio de órgãos nos EUA. “Essas empresas, que se chamam de bancos de tecidos sem transplante, também são conhecidas como corretoras de corpos. As operações podem se assemelhar a frigoríficos”, aponta o relatório.
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Embora a venda de órgãos para transplante seja proibida nos EUA, não há uma lei federal regulando a venda de cadáveres ou partes do corpo doados para a ciência. Atualmente, é legal na maioria dos estados norte-americanos vender corpos doados devido à falta de fiscalização e regulamentação.
De acordo com o portal Arizona Republic, cerca de 33 pessoas, incluindo Stauffer, estão processando o Centro de Recursos Biológicos (BRC) por usar os restos de seus entes queridos sem dignidade ou respeito.
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