Mundo joga fora mais de 1 bilhão de refeições por dia enquanto 783 milhões de pessoas passam fome

Em 2022, mais de um bilhão de refeições foram desperdiçadas diariamente em domicílios ao redor do mundo, enquanto 783 milhões de pessoas enfrentavam a fome. Esses dados alarmantes são destacados no Relatório do Índice de Desperdício de Alimentos 2024, publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) na última quarta-feira (27).

Os dados revelam que, em 2022, foram geradas 1,05 bilhão de toneladas de resíduos alimentares (incluindo partes não comestíveis), o que equivale a 132 quilos per capita e quase um quinto de todos os alimentos disponíveis para os consumidores. Desse total, 60% do desperdício ocorreu em domicílios, 28% em serviços de alimentação e 12% no varejo.

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O desperdício de alimentos não apenas prejudica a economia global, mas também alimenta a crise planetária tripla: mudança climática, perda de biodiversidade e poluição dos ecossistemas. “Essa é uma tragédia global. Milhões de pessoas passarão fome hoje, enquanto alimentos são desperdiçados em todo o mundo. Além de ser uma questão importante de desenvolvimento, os impactos desse desperdício desnecessário estão causando custos substanciais para o clima e a natureza”, destacou Inger Andersen, diretora executiva do PNUMA.

Desde 2021, a infraestrutura de dados foi fortalecida com um aumento nos estudos que rastreiam o desperdício de alimentos. No entanto, muitos países de baixa e média renda ainda carecem de sistemas adequados para acompanhar os avanços no cumprimento do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 12, que visa reduzir pela metade o desperdício de alimentos até 2030.

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Os dados mostram que o desperdício de alimentos não é exclusivo de países ricos. O nível de desperdício doméstico difere em apenas 7 kg per capita entre países de alta, média-alta e média-baixa renda. Países mais quentes tendem a gerar mais desperdício per capita, possivelmente devido ao maior consumo de alimentos frescos com partes não comestíveis e à falta de cadeias de refrigeração robustas.

Estima-se que a perda e o desperdício de alimentos geraram de 8% a 10% das emissões globais de gases de efeito estufa (GEE) – quase 5 vezes mais do que o setor de aviação – e contribuíram para a perda de biodiversidade ao ocupar quase um terço das terras agrícolas do mundo. O custo econômico global da perda e desperdício de alimentos é de cerca de US$ 1 trilhão.

Em 2022, apenas 21 países incluíram a perda e a redução do desperdício de alimentos em seus planos climáticos nacionais (NDCs). O processo de revisão das NDCs em 2025 oferece uma oportunidade crucial para aumentar a ambição climática, integrando a perda e o desperdício de alimentos.

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