Um caso divulgado na última semana pela revista Crescer, chamou a atenção da web. Contra todas as probabilidades, Roberta Casagrande, de 44 anos, gerente de administração e finanças de Londrina, Paraná, realizou o sonho da maternidade que muitos diziam ser impossível. Diagnosticada com útero didelfo, uma condição rara onde a mulher nasce com dois úteros, ela enfrentou desafios médicos que indicavam que ela não poderia ter filhos.
No entanto, aos 39 anos, ela surpreendeu o mundo ao engravidar naturalmente e dar à luz ao seu filho, João, que nasceu em 7 de março de 2020.
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O diagnóstico de Roberta veio aos 17 anos, durante um exame de ultrassom de rotina. “Descobri que tinha dois úteros totalmente independentes e separados. Além disso, tinha um único rim, o que é comum quando há duplicação de órgãos”, contou à Crescer. Os médicos informaram-na de que o útero direito era significativamente menor do que o normal, medindo apenas 32 cm³ comparado ao intervalo comum de 50 cm³ a 90 cm³. O impacto emocional do diagnóstico foi profundo. “Fiquei assustada, a gente fica achando que é uma anomalia”, lembrou.
A primeira ginecologista que consultou não foi encorajadora. “Ela foi muito curta e grossa comigo e me disse que minhas chances de engravidar eram mínimas e que, se conseguisse, provavelmente sofreria um aborto devido à falta de espaço para o bebê”, relatou. Esse encontro deixou Roberta insegura sobre a possibilidade de ser mãe e, por um tempo, bloqueou a ideia de ter filhos.
Com o passar dos anos e a chegada do marido em sua vida, Roberta começou a reconsiderar a maternidade. “[Quando conheci meu marido] nós viajávamos bastante, passeávamos muito e eu sempre tinha uma desculpa. Sempre que alguém me perguntava [se eu queria ser mãe] eu falava: ‘Minha vida é tão boa assim. Filho dá tanto trabalho. Ai, não sei se eu quero’. E o tempo foi passando”, disse. No entanto, ao se aproximar dos 40 anos, Roberta passou a questionar se poderia se arrepender por não ter tentado ter um filho.
Depois de decidir tentar engravidar, Roberta procurou uma nova ginecologista e realizou vários exames. “No exame da reserva ovariana, para a minha surpresa, o resultado foi alta reserva, o que era um ponto super positivo. Mas a histerossalpingografia, que vê a questão das trompas, mostrou que eu tinha uma hidrossalpinge, que é tipo uma cicatriz que causa um bloqueio na trompa”, explicou. A médica sugeriu que buscassem um especialista em fertilização in vitro (FIV), mas o especialista consultado ofereceu uma abordagem mais otimista, aconselhando o casal a tentar naturalmente antes de partir para a FIV.
Após a recomendação, Roberta e o marido ficaram esperançosos e oraram para que acontecesse o melhor. “Um dia, eu fiz um teste de farmácia, mas minha menstruação nem estava atrasada, e fui tomar banho. Eu lembro até hoje que limpei o vapor do box com o braço e olhei para o teste que estava em cima da pia e estava escrito: uma a duas semanas grávida. Eu quase caí dentro do box”, recordou Roberta. O ultrassom confirmou a gravidez, e João, o bebê, se desenvolveu no útero menor, o direito. “Foi um misto de susto e medo. Só fui comprar a primeira roupinha no quinto mês de gestação”, completou.
Durante a gravidez, Roberta enfrentou muitos desafios e fez um acompanhamento próximo. “Foi um milagre que o útero direito se expandisse tanto. A obstetra decidiu que seria mais seguro fazer a cesárea às 37 semanas, devido ao espaço limitado e à quantidade de líquido”, contou.
Hoje, João, com 4 anos, é uma alegria constante na vida de Roberta. “Ele é a alegria da nossa casa. A vida antes dele parecia incompleta. Agora, descobri que realmente nasci para ser mãe”, afirmou. Ela reflete sobre o tempo que passou em dúvida e diz: “Se eu tivesse tido filhos mais jovem, com certeza teria mais de um hoje”.
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