Uma notícia alarmante tomou conta das redes sociais nas últimas semanas: partes do Brasil poderiam se tornar inabitáveis até 2070 devido ao aumento das temperaturas. A informação, atribuída a uma pesquisa da NASA, gerou grande preocupação e debate. Mas o que a ciência realmente diz sobre isso?
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De fato, um estudo da NASA de 2020 analisou a temperatura de bulbo úmido, um indicador que mede a capacidade do corpo humano de se resfriar por meio do suor. A pesquisa constatou que, em algumas regiões do mundo, essa temperatura já ultrapassou o limite de segurança para a sobrevivência humana, especialmente em condições de exposição prolongada.
No entanto, em entrevista ao G1, especialistas em clima ressaltam que a interpretação da pesquisa foi distorcida. O estudo não prevê que áreas inteiras se tornarão inabitáveis, mas sim que as condições climáticas extremas, com alta temperatura e umidade, podem se tornar mais frequentes e intensas em algumas regiões.
“O estudo é importante e bem conhecido na comunidade científica, mas foi distorcido“, afirma Pedro Camarinha, pesquisador do Cemaden. “Não há base científica para afirmar que o Brasil ficará inabitável. O estudo não faz projeções sobre como o clima será em 30 anos”, completa.
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Karina Lima, climatologista, reforça que a conclusão de que o Brasil se tornará inabitável é um exagero. “É importante destacar que o estudo analisou dados de um período específico e que outros fatores, além da temperatura de bulbo úmido, influenciam a habitabilidade de uma região”, declara.
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