Francisco Borges, de 46 anos, sempre sonhou com uma família grande. Hoje, ele é pai solo de seis filhos, sendo apenas um biológico e os outros cinco adotivos. Jornalista, historiador e empresário, Francisco já havia passado pela experiência do abandono na infância, o que despertou seu desejo de criar um lar acolhedor e amoroso.
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“Fui abandonado pela minha mãe quando tinha 3 anos. Ela me deixou no bairro Pacaembu, dizendo que iria comprar bala e já voltava, mas nunca mais voltou”, lembra.
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Na época, Francisco foi levado por policiais para uma instituição. “Anos depois, soube que essa instituição se chamava Febem. Fiquei lá por cerca de três anos até ser adotado por um casal que não tinha filhos. Tive a oportunidade de receber desse casal carinho, afeto e amor, mas, infelizmente, minha mãe faleceu quando eu tinha 12 anos e meu pai, quando eu tinha 15. Depois disso, fui cuidado por uma tia, irmã do meu pai adotivo. Ela era tutora de outras três sobrinhas. A casa estava sempre cheia e acho que foi daí que nasceu o desejo de também ter uma família grande”, conta.
Depois de criar sozinho seu filho biológico, Victor Eduardo, Francisco decidiu adotar. Em 2020, ele se tornou pai de Gabriel e Maikon, dois irmãos que enfrentaram uma infância difícil. Dois anos depois, ele ampliou a família ao adotar mais três irmãos: João, Davi e Miguel.
“Muitas vezes, a sociedade enxerga os pais que adotam como ‘santos’, quando, na verdade, a adoção é uma forma legítima de constituir família. Claro, também é uma maneira de olhar para as realidades sociais e entender que a gente pode, sim, interferir através da nossa ação. Mas é preciso estar comprometido e entender que não são crianças de comerciais publicitários. São crianças reais, com problemas, sonhos e ansiedades”, afirma.
Francisco acredita que a adoção é mais do que um ato de amor; é uma responsabilidade social. Ele enfatiza a importância de estar comprometido com o processo, entendendo que as crianças não são personagens de comerciais, mas indivíduos com histórias complexas, sonhos e ansiedades.
Hoje, ele ajuda outras pessoas que desejam adotar, coordenando o Grupo de Apoio à Adoção em São Paulo. Seu objetivo é desmistificar e humanizar o processo, mostrando que a adoção é uma forma legítima de constituir família e transformar vidas.
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