Com angioma medular, atleta paralímpica supera desafios e busca apoio para melhorar treinamento

Os Jogos Paralímpicos de Paris estão em andamento, e o Brasil conta com a esgrimista Mônica da Silva Santos, de 41 anos, uma das esperanças de medalha para o país.

++Atleta faz história ao se tornar a primeira grávida a ganhar medalha nas Paralimpíadas

Primeira mulher brasileira campeã em torneios internacionais de esgrima em cadeira de rodas, Mônica luta agora para arrecadar fundos para adquirir uma cadeira de rodas específica para treinos e melhorar sua qualidade de vida.

++Ex-“menino ímã” de Goiânia fala sobre fim de sua habilidade curiosa

Aos 19 anos, Mônica escolheu continuar com sua gravidez, mesmo que isso significasse ficar paraplégica devido a um angioma medular, uma malformação vascular rara na medula espinhal.

“Eu estava já casada, a gente estava tentando ter filhos. Eu tentei levantar uma manhã e não consegui. E aí comecei a rir e dizer para o meu marido que eu não estava conseguindo. Aí ele veio até mim, eu pegava nos ombros dele, tentava levantar e não consegui”, lembra Mônica, em entrevista exclusiva à CRESCER.

Após a cirurgia arriscada para remover o angioma, ela recuperou os movimentos dos braços e, contrariando as expectativas, tornou-se independente na cadeira de rodas.

Mônica conheceu a esgrima em 2010 e logo se destacou, integrando a Seleção Brasileira e competindo nas Paralimpíadas do Rio de Janeiro e Tóquio.

Agora, ela se prepara para Paris com determinação e busca uma medalha. Com um tumor benigno recente na coluna, ela precisa de uma cadeira de rodas sob medida, fabricada na Itália, e está arrecadando R$ 75 mil para isso.

Para contribuir com a vaquinha de Mônica e ajudá-la a continuar sua trajetória inspiradora, qualquer valor é bem-vindo.

O que é angioma medular?

“Angioma é um tipo de malformação vascular. Não é tumor, é um enovelado de diminutos vasos mal formados, que possui alguns sinônimos como cavernoma, hemangioma, malformação cavernomatosa. Pode ocorrer em qualquer lugar do sistema nervoso central. No caso, angioma medular ocorre na medula espinhal”, explica Hugo Sterman Neto, neurocirurgião do Hospital São Luiz Itaim, da Rede D’Or.

Segundo ele, entre as malformações vasculares, o angioma medular está entre as mais raras.

Na gravidez, a condição pode ser bastante perigosa tanto para a mãe quanto para o bebê. “No caso das gestantes, o risco depende da magnitude do sangramento. O risco para o bebê só é possível prever dependendo do quadro clínico da mãe. Caso um sangramento em níveis torácicos altos e cervical ocorra, levando a uma lesão medular, pode ocorrer queda de pressão arterial e frequência cardíaca, que podem prejudicar a saúde do bebê. Contudo, caso seja incidental (diagnóstico feito sem sintomas), o ideal é fazer o acompanhamento com especialista em conjunto, a fim de identificar precocemente sintomas”, afirma.

O tratamento também depende da gravidade e da localização do angioma. “Pode ser desde acompanhamento até ressecção (cirurgia). Não há um tratamento medicamentoso específico do cavernoma, apenas voltado para alívio dos sintomas”, finaliza o médico.

Não deixe de curtir nossa página no Facebook e também no Instagram para mais notícias do JETSS.