Jovem com síndrome rara viraliza ao compartilhar conteúdo de beleza: “Quero ser referência”

Bruna Rodrigues, de Goiânia, foi diagnosticada com Fibromatose Hialina Juvenil (FHJ) aos dois anos de idade. Hoje, aos 24, ela inspira mais de 100 mil pessoas ao compartilhar dicas e tutoriais de beleza nas redes sociais, desafiando limitações impostas pela doença rara que afeta seus movimentos.

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Segundo Bruna, devido a essa síndrome, ela não consegue ter muitos movimentos, como erguer os braços e esticar as pernas. Apesar das dificuldades, não há nenhum tratamento para sua condição. “A única coisa que eu faço é o acompanhamento odontológico por conta da hiperplasia gengival”, explicou em entrevista à Marie Claire.

Durante a infância, Bruna relata que nunca questionou os pais sobre a síndrome, compreendendo desde cedo as suas limitações. “Minha mãe conta que os primeiros anos foram difíceis, com muitas idas ao hospital para entender e buscar um tratamento. Mas, fora isso, minha infância e adolescência foram tranquilas”, disse.

A paixão pelo universo da beleza também surgiu ainda nova. A jovem começou a se maquiar aos 11 anos, com a ajuda de uma barra de isopor. “É comum que eletrodomésticos venham com proteções de isopor bem resistentes. Um dia, a minha mãe me deu uma barra de isopor para que eu pudesse alcançar meu rosto e conseguir, ao menos, tirar o cabelo do lugar ou espantar um inseto que me incomodasse”, conta. Ela viu no produto sintético um aliado e adaptou o objeto para sua rotina de maquiagem e até para se alimentar sozinha.

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Embora tenha sentido vergonha de usar o isopor inicialmente, Bruna encontrou coragem ao postar vídeos nas redes sociais. “As pessoas ficaram impressionadas ao me ver maquiar com o isopor. Entendi que isso não tinha nada de errado, era mais uma das coisas que me tornam única”, diz ela. O apoio e a admiração que recebeu nas redes sociais reforçaram sua confiança.

Em 2023, Bruna abandonou o objeto e criou o “tripé beauty”, uma órtese retrátil e leve, projetada em parceria com uma empresa de impressão 3D. “Eu sabia que precisava de algo mais prático e portátil. Foram anos procurando, mas sem sucesso. Então, idealizei o projeto e testamos até chegar à versão final”, explica.

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Hoje, a influenciadora é um exemplo de representatividade, mas ela ressalta que ainda há um longo caminho a percorrer em termos de inclusão. “Ainda falta muito. Basta entrar nas redes de grandes marcas, é raro encontrar um PCD (Pessoas com deficiência) como modelo ou em campanhas publicitárias. Falam tanto de representatividade, mas isso não acontece na prática”, reflete.

Apesar dos desafios, Bruna tem conquistado espaço. Ela já colaborou com marcas como Natura e sonha em ser reconhecida como uma influenciadora de beleza de destaque, além de alcançar independência financeira. “Quero ser cada vez mais referência, quero que meu trabalho, feito com tanta dedicação, seja reconhecido”, conclui.

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