Geisa Farini é uma influenciadora digital que vem ganhando destaque nas redes sociais por ensinar tutoriais de maquiagem. Com deficiência visual, ela inspira e educa outras pessoas com deficiência (PCDs) a usarem produtos como máscara de cílios e sombra, desmistificando barreiras no universo da beleza. Com mais de 200 mil seguidores no TikTok e vídeos que ultrapassam 7 milhões de visualizações, a criadora de conteúdo se tornou um exemplo de representatividade.
Nascida com deficiência visual parcial, Geisa sabia que, em algum momento, perderia a visão completamente, o que aconteceu no início da adolescência. “Perdi a visão aos 13 anos, uma fase complicada para qualquer pessoa. Por ter nascido com baixa visão, eu tinha referência visual das cores. Então, quando minhas amigas falavam sobre batons e sombras, eu sabia do que estavam falando”, conta ela em entrevista à revista Marie Claire.
++ Cerca de 20% das mães adolescentes não sabem como evitar nova gravidez, diz pesquisa
Desde os cinco anos, Geisa demonstrava interesse pelo universo da beleza, pedindo à mãe para pintar suas unhas com esmaltes coloridos. O apoio familiar foi fundamental para que ela percebesse que sua deficiência não seria um obstáculo para seguir seus interesses. “Coincidentemente, fiquei cega bem na fase em que estava me interessando por maquiagem. Minha irmã, que sempre entendeu muito do assunto, me ensinou. Aos 17 anos, decidi aprender a passar rímel e entendi que poderia me maquiar sozinha”, explica.
O processo de aprendizado foi sendo aprimorado com a ajuda de familiares e amigas, que a ensinavam novas técnicas e produtos. “Pergunto às minhas amigas: ‘Será que consigo fazer?’, e aí elas me ensinam. O blush, por exemplo, passo contando as pinceladas. Já os produtos em stick são mais difíceis de lidar, mas estou aprendendo”, revela.
A transição para a criação de conteúdo nas redes sociais ocorreu após sugestões de amigos, que viam em Geisa uma excelente comunicadora. Em 2018, ela criou um canal no YouTube com o objetivo de compartilhar suas experiências. “O que me machuca não é ser cega, mas sim a falta de produtos e serviços pensados para pessoas com deficiência. Eu me acho maravilhosa, mas cadê as outras pessoas cegas? Por que não as vemos em todos os lugares?”, reflete.
++ Mãe relata desespero por misturar filhas gêmeas e não saber quem é quem: “Entrei em pânico”
Em 2023, a influenciadora migrou para o TikTok e rapidamente conquistou uma base fiel de seguidores. Sua mensagem de inclusão e autoconfiança ressoou com muitas pessoas, especialmente com jovens PCDs. “Já recebi mensagens incríveis de pessoas falando sobre o meu trabalho nas redes. Uma menina, adolescente, e que havia ficado cega, disse que acreditava que nunca mais conseguiria se maquiar. Fico emocionada, feliz. E, vendo os meus vídeos, ela entendeu que é possível. É maravilhoso. Ao mesmo tempo, ter virado referência é uma grande responsabilidade, em especial agora, porque sinto que estourei a bolha”, declara.
Não deixe de curtir nossa página no Facebook, no Twitter e também no Instagram para mais notícias do 111Next.
