Após uma década de estudos, cientistas de 15 países, incluindo 14 brasileiros, divulgaram o maior e mais detalhado mapa infravermelho da Via Láctea. O projeto, que envolveu 146 pesquisadores, capturou imagens inéditas do centro da galáxia, revelando com precisão gases, poeira cósmica e estrelas de diferentes brilhos.
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O objetivo principal do estudo foi criar um mapeamento tridimensional da nossa galáxia. Segundo Roberto K. Saito, professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e um dos líderes do projeto, os cientistas monitoraram mais de 1,5 bilhão de estrelas ao longo de dez anos para compreender a estrutura da Via Láctea. “Monitoramos fontes estelares com o objetivo de decifrar a estrutura tridimensional da galáxia”, afirmou Saito.
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O projeto VISTA, conduzido pelo Observatório Europeu do Sul, no Chile, utilizou telescópios equipados com lentes infravermelhas, permitindo que os pesquisadores visualizassem regiões da galáxia antes invisíveis. “Foi como colocar óculos que enxergam no escuro”, acrescentou Saito, destacando a importância do equipamento.
Assim como o Censo do IBGE fornece informações sobre a população terrestre, o “censo estelar” da Via Láctea permitiu que os cientistas coletassem dados fundamentais sobre a distribuição e composição química das estrelas. Beatriz Barbuy, professora do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP, explica que as informações capturadas pelas lentes e analisadas por computadores revelam a história da galáxia desde o Big Bang, ocorrido há 13,8 bilhões de anos. “Descobrimos novos aglomerados estelares e reunimos uma vasta quantidade de dados que ainda serão explorados”, ressaltou Barbuy.
Os resultados desse estudo já estão gerando centenas de artigos científicos, fornecendo um panorama inédito sobre a evolução da Via Láctea. Contudo, os especialistas alertam para a importância de preservar o nosso planeta, um local único no vasto universo que agora conhecemos melhor.
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