Grace Hinchman, de 20 anos, estudante de administração e jogadora de vôlei da Loyola University Chicago, desenvolveu epilepsia súbita após uma febre em junho de 2024. A condição, diagnosticada como FIRES (Febrile Infection-Related Epilepsy Syndrome), afeta cerca de 1 em cada 1 milhão de jovens saudáveis. Ela começou a ter convulsões severas e regrediu cognitivamente, perdendo a capacidade de falar e realizar atividades simples. Após tratamento com o medicamento anakinra e uma dieta cetogênica, ela se recuperou e voltou às suas atividades normais.
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A condição de Hinchman começou após um dia comum, quando acordou com dor no pescoço, que evoluiu para febre e, dois dias depois, convulsões incontroláveis. Inicialmente hospitalizada por uma baixa contagem de glóbulos brancos, seu quadro se agravou, com convulsões visíveis e perda da capacidade de se comunicar. “No começo de junho, eu não conseguia nem dizer a palavra ‘caneta’”, relatou a jovem, que mora em Geneva, Illinois, ao programa TODAY.
Transferida para o Northwestern Memorial Hospital em Chicago, Hinchman foi diagnosticada com FIRES, uma síndrome rara e catastrófica, que muitas vezes ocorre após uma febre provocada por infecções leves. O neurologista Dr. Krishna Batra explicou que a síndrome desencadeia uma resposta inflamatória descontrolada no cérebro, causando convulsões contínuas. “Algo desencadeia uma resposta inflamatória descontrolada no corpo, particularmente no cérebro, e isso cria uma cascata interminável de inflamação”, disse Batra.
Sem um tratamento específico para FIRES, Hinchman recebeu anakinra, um medicamento normalmente utilizado em casos de artrite reumatoide. Em poucas horas, ela foi capaz de se comunicar novamente. A jovem passou por reabilitação cognitiva e física, reaprendendo a andar e a realizar tarefas simples. “Reaprendi a andar no hospital, o que foi superestranho”, relatou, que recebeu alta no início de julho.
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O tratamento também incluiu uma dieta cetogênica, conhecida por ajudar a controlar convulsões em alguns pacientes com epilepsia. Apesar das dificuldades iniciais para ajustar sua alimentação, Hinchman não teve mais convulsões desde junho. “Se é isso que é preciso para que eu não tenha mais uma, estou dentro. Vou fazer isso enquanto for preciso”, afirmou ela.
Hoje, a atleta retomou sua rotina universitária e voltou a praticar vôlei, sem apresentar sequelas da doença. “Estou muito, muito grata por tudo o que aconteceu, porque poderia ter sido de um jeito totalmente diferente”, declarou, ressaltando sua gratidão aos médicos, enfermeiros e familiares que a apoiaram durante o tratamento.
A FIRES, por ser extremamente rara, ainda é pouco compreendida pelos médicos. No caso de Hinchman, a causa exata de sua febre e inflamação não foi identificada. Para a Epilepsy Foundation, essa síndrome pode surgir de 24 horas a duas semanas após uma infecção inicial, e seu diagnóstico é feito pela exclusão de outras possíveis causas, como tumores ou infecções bacterianas.
Recuperada, Grace agora reflete sobre a experiência que mudou sua vida. “É importante lembrar que cada dia que você acorda e consegue fazer o que quer é uma bênção”, disse ela, completando: “Nunca sabemos o que pode acontecer, então precisamos valorizar cada momento que temos”.
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