O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), em São Paulo, realizou o primeiro transplante de útero entre pacientes vivas da América Latina, um marco para a medicina reprodutiva na região.
O procedimento ocorreu no dia 17 de agosto e envolveu duas irmãs: Jaqueline, mãe de duas crianças, se voluntariou para doar o órgão à sua irmã Jéssica, que sonha em ser mãe, mas nasceu sem útero.
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A cirurgia foi realizada pela equipe da Divisão de Ginecologia e do Serviço de Transplante de Fígado e Órgãos do Aparelho Digestivo do HCFMUSP. A instituição já tinha experiência com transplantes de útero de doadoras falecidas, mas o transplante entre pacientes vivas aumenta as chances de sucesso, uma vez que o tempo de retirada e transplante do órgão é consideravelmente reduzido.
O procedimento também contou com a colaboração de uma equipe médica sueca liderada pelo professor Mats Brännström, o pioneiro mundial em transplantes de útero. Foi ele quem realizou o primeiro transplante desse tipo, resultando no nascimento de um bebê em 2014.
Após o transplante, Jéssica apresentou sinais positivos, menstruando pela primeira vez 32 dias após a cirurgia. Dentro de seis meses, ela poderá tentar a fertilização in vitro (FIV) para realizar seu sonho de maternidade.
Síndrome de Rokitansky
Jéssica foi diagnosticada com a síndrome de Rokitansky, uma condição rara que afeta uma em cada 5 mil mulheres.
Causada por uma alteração genética, essa síndrome compromete o desenvolvimento dos órgãos genitais femininos durante o período embrionário, resultando na ausência ou desenvolvimento insuficiente do útero, das tubas uterinas e do canal vaginal. O transplante de útero oferece a essas mulheres uma possibilidade real de gerar filhos.
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