Seis pacientes que aguardaram por transplante no sistema da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) foram infectados pelo vírus HIV após receberem órgãos de dois doadores. O caso, sem precedentes na história do serviço de transplantes, foi revelado nesta sexta-feira (11), e já está sendo investigado por diversas autoridades, incluindo o Ministério da Saúde e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).
De acordo com a SES-RJ, o erro ocorreu durante exames realizados pelo PCS Lab Saleme, um laboratório privado contratado pelo governo do estado para realizar testes de sorologia em órgãos doados. “Esta é uma situação sem precedentes. O serviço de transplantes no Estado do Rio de Janeiro sempre realizou um trabalho de excelência e, desde 2006, salvou as vidas de mais de 16 mil pessoas”, afirmou a Secretaria em nota.
O laboratório, localizado em Nova Iguaçu, havia sido contratado em dezembro de 2022 por meio de uma licitação no valor de R$ 11 milhões. Após a descoberta da falha, o laboratório foi interditado pela Coordenadoria Estadual de Transplantes e pela Vigilância Sanitária Estadual. A Polícia Civil e o Conselho Regional de Medicina (Cremerj) também estão à frente das investigações, que apuram possíveis fraudes nos exames realizados.
“O MPRJ ressalta que está à disposição para ouvir as famílias afetadas, receber denúncias de quem se sente lesado e prestar atendimento individualizado às partes envolvidas”, declarou o Ministério Público.
Veja a nota da secretária na íntegra:
“A Secretaria de Estado de Saúde (SES) considera o caso inadmissível. Uma comissão multidisciplinar foi criada para acolher os pacientes afetados e, imediatamente, foram tomadas medidas para garantir a segurança dos transplantados.
O laboratório privado, contratado por licitação pela Fundação Saúde para atender o programa de transplantes, teve o serviço suspenso logo após a ciência do caso e foi interditado cautelarmente. Com isso, os exames passaram a ser realizados pelo Hemorio.
A Secretaria está realizando um rastreio com a reavaliação de todas as amostras de sangue armazenadas dos doadores, a partir de dezembro de 2023, data da contratação do laboratório.
Uma sindicância foi instaurada para identificar e punir os responsáveis. Por necessidade de preservação das identidades dos doadores e transplantados, bem como do encaminhamento da sindicância, não serão divulgados detalhes das circunstâncias.
Esta é uma situação sem precedentes. O serviço de transplantes no Estado do Rio de Janeiro sempre realizou um trabalho de excelência e, desde 2006, salvou as vidas de mais de 16 mil pessoas”.
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