Um menino de seis anos de idade, identificado como Cristofer Yuri Silva de Melo, morreu, na tarde de segunda-feira passada, dia 14, após levar uma única picada de abelha no pescoço sítio do avô em Sengés, nos Campos Gerais do Paraná, mesmo já tendo sido atacado por um enxame meses antes.
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Ao g1 e à RPC, o médico socorrista Rusllan Ribeiro também explicou que a picada de abelha forma um inchaço no local da ferroada, e quando isso acontece na área do pescoço, pode obstruir as vias aéreas.
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“Quando a via aérea fecha, a pessoa não consegue respirar porque faz um edema muito grande ali, na garganta – que é o que leva a um quadro de ‘hipóxia’, de falta de oxigênio, que leva à parada cardíaca”, detalha.
A mãe de Cristofer, Tania Grazy, afirma que a equipe médica que o atendeu explicou que a situação se agravou para óbito porque, apesar de ele ter levado uma única picada, ela foi no pescoço. Por isso, o veneno do ferrão foi direto para a corrente sanguínea da criança.
No caso de Cristofer, o hospital afirma que o menino tinha uma alergia grave a picadas de abelhas e sofreu um choque anafilático, ou seja, uma reação alérgica grave, tendo uma parada cardiorrespiratória na sequência.
Um deles é o “IgE”, de imunoglobulinas E, que mede a quantidade de anticorpos no organismo. Porém, como ele costuma ser mais caro, é recomendado quando existe alguma suspeita prévia.
“No caso de uma investigação, pode se suspeitar de que a criança possui essa reação que a gente chama de ‘exagerada à exposição alérgena’ em casos de picadas que ficam muito inchadas, ficam muito vermelhas, que acometem uma grande parte do corpo sendo uma pequena picada, e isso pode proceder a investigação. Mas a maioria das pessoas não sabem que são alérgicas a algum produto a alguma picada. Então, elas só descobrem quando são expostas”, destaca o médico.
Registro no Brasil
De acordo com o Ministério da Saúde, em 2023 o Brasil registrou, aproximadamente, 33 mil acidentes por picadas de abelhas. Entre os casos reportados, as picadas de serpentes e de abelhas apresentaram as maiores taxas de letalidade, totalizando 0,43% e 0,37%, respectivamente.
O órgão orienta que, logo após a picada de abelha, a região afetada deve ser lavada com água e sabão e os ferrões devem ser removidos da pele com uma lâmina ou agulha, sem pressioná-los.
“Evite retirá-los com pinças, pois estas podem provocar a compressão dos reservatórios de veneno, causando a inoculação do veneno ainda existente no ferrão”, complementa.
O Corpo de Bombeiros explica que isso se deve ao fato de que os ferrões continuam liberando o veneno gradativamente e, por isso, a retirada interrompe esse processo.
A corporação também ressalta que, em caso de ataques, as pessoas devem proteger o pescoço e o rosto com a ajuda de uma camisa ou outra vestimenta.
“Se a ferroada ocorrer na cabeça e/ou pescoço, procure imediatamente auxílio médico”, destaca a corporação.
O médico socorrista Rusllan Ribeiro ainda ressalta que em caso de reações mais graves, como grande inchaço e falta de ar, também deve-se procurar imediatamente por atendimento médico. Uma opção é o acionamento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), por meio do telefone 192.
O Corpo de Bombeiros destaca que o calor e a florada da primavera influenciam no surgimento de enxames itinerantes e aumento do número de abelhas nas colmeias.
A alta temperatura também deixa as abelhas, vespas ou marimbondos mais agitados e agressivos, e nesta época do ano é recorrente o aumento do número de ataques.
Para evitar problemas, o Corpo de Bombeiros do Paraná recomenda:
- Evite movimentos bruscos e excessivos próximos a colmeias;
- Não grite, pois as abelhas são atraídas por ruídos, principalmente os agudos;
- Evite operar qualquer máquina barulhenta próximo a colmeias. Examine a área de trabalho antes de usar equipamentos motorizados;
- Ensine as crianças a se precaver e não matar as abelhas, vespas ou marimbondos;
- Pessoas alérgicas a picada de insetos devem evitar caminhadas em áreas de mata, pois para quem é sensível à peçonha, apenas uma picada pode ser suficiente para gerar um choque anafilático;
- Afaste os animais domésticos do enxame porque qualquer barulho pode irritar o enxame e desencadear o ataque;
- Após a picada, a abelha perde seu ferrão e a bolsa de peçonha e morre. Contudo, o mesmo não se aplica às vespas e marimbondos. Após picar eles estão prontos para atacar novamente;
- Em casos de formação de colmeias em residências, o proprietário deve acionar um apicultor especializado para a remoção do foco. Nos casos mais críticos, acionar o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193.
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