Isadora Damasio Kasulke, nutricionista de 26 anos, de Curitiba (PR), viralizou ao pedir o fim da escala 6×1, jornada de trabalho que exige seis dias consecutivos de trabalho e um dia de descanso. Em um vídeo publicado nas redes sociais, ela expressou o quanto essa rotina tem impacto na vida de trabalhadores como seu marido, Willyam Henrique Kasulke, supervisor em uma rede de farmácias. O vídeo alcançou mais de 4,3 milhões de visualizações e gerou um debate sobre a proposta de emenda à Constituição (PEC) que visa o fim dessa jornada.
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“Só quem viveu a escala 6×1 ou conhece alguém próximo que vive essa escala sabe o quanto ela é humilhante. Eu estou trazendo esse assunto porque está rolando uma votação sobre acabar ou não com essa escala. Por incrível que pareça, tem muita gente dentro da política votando contra. Ou seja, pessoas que trabalham bem menos do que uma escala 6×1, ganham muito mais dinheiro, votando contra. Quando eu vi que isso estava acontecendo, que tinha chance de não cair essa escala, me deu um desespero muito grande”, diz ela no vídeo.
A nutricionista compartilhou no vídeo como essa situação afeta diretamente sua família. O marido de Isadora, Willyam, trabalha das 14h às 23h todos os dias. “A gente está tentando encontrar outro trabalho num horário mais comercial, em que ele não precise trabalhar todos os dias. A gente não conseguiu ainda. Mas quando a gente ouviu a possibilidade dessa PEC ser aprovada e da escala cair, a gente teve uma ponta de esperança“, afirmou.
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“O trabalho, quando é assim, ele consome você por inteiro, você não tem tempo de qualidade com a sua família, a sua saúde começa a ficar debilitada, você passa a maioria das suas horas dentro do seu trabalho e você tem um dia para descansar ou, de repente, sair para fazer alguma coisa. Você não pode planejar viagem, você não pode pensar em frequentar alguns eventos, porque sempre vai ter conflito com a sua escala”, acrescentou.
O registro, postado na última sexta-feira (8), gerou grande repercussão. A mãe da pequena Doralice, de 2 anos, revelou ter ficado surpresa. “Eu expus o meu sentimento porque sabia que algumas pessoas também se sentiam assim, mas não sabia que tanta gente iria chegar a ver. Vieram muitos comentários negativos, mas normal, tenho ignorado”, disse à Crescer.
“A vida de alguém é mais importante que qualquer lucro. Sendo reajustada e bem estabelecida, [a possível mudança] vai trazer muitos benefícios. Eu sei que os empresários são contra, mas o que os afeta é irrisório perto do que esse modelo de trabalho tem afetado as pessoas. A vida é mais do que só trabalhar, é também ter um momento de descanso e lazer. Mas para pessoas que nos veem como produtos, não tem feito diferença”, finalizou.
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