Ao pensar em fontes de energia para atividades físicas, a maioria das pessoas considera os carboidratos, como é o caso para muitos mamíferos, incluindo humanos. Em práticas como a corrida, o organismo utiliza carboidratos e lipídios para gerar energia. Contudo, uma pesquisa recente da Universidade de Toronto Scarborough descobriu que os morcegos-vampiros recorrem a proteínas do sangue como principal combustível para atividades físicas intensas.
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De acordo com os pesquisadores, essa adaptação é extremamente rara no reino animal e ocorre apenas em algumas espécies de insetos hematófagos, que também se alimentam de sangue. “Estamos observando um morcego cuja dieta, altamente rica em proteínas, contribui para a locomoção. Esse é um fenômeno intrigante, já que a proteína geralmente é um combustível de último recurso para outros animais,” explicou Giulia Rossi, autora principal do estudo, publicado na revista Biology Letters.
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Para investigar, a equipe monitorou o comportamento de 24 morcegos-vampiros em uma esteira especial, medindo o consumo de oxigênio e a produção de CO₂. Alimentados com sangue de vaca enriquecido com aminoácidos rastreáveis, os pesquisadores conseguiram identificar como esses aminoácidos eram processados durante o exercício. Os resultados mostraram que até 60% da energia gasta pelos morcegos durante a atividade física era derivada dos aminoácidos presentes no sangue ingerido, enquanto os 40% restantes provinham de outras fontes. A pesquisa sugere que os morcegos-vampiros queimam aminoácidos tanto para voar quanto para correr.
“Esses morcegos passaram milhões de anos se adaptando para consumir exclusivamente sangue, desenvolvendo particularidades em seu organismo que os permitem aproveitar essa dieta de forma eficiente”, acrescentou Rossi.
O morcego-vampiro comum, encontrado em regiões do México, América Central e América do Sul, caça principalmente mamíferos como queixadas, capivaras e animais domésticos, incluindo vacas e cavalos. Esses morcegos fazem uma pequena incisão indolor com seus dentes afiados e lambem o sangue da presa, conseguindo ingerir até quatro vezes seu peso corporal em uma única refeição.
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