Aos 5 anos, Luna, uma menina que nasceu com nevo melanocítico congênito, já passou por 10 cirurgias para tratar uma mancha que cobre grande parte do seu rosto. A condição rara, que afeta apenas 0,5% da população mundial, tem trazido desafios para a família, não só no aspecto físico, mas também no emocional, com episódios de preconceito e discriminação desde a infância.
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Em 2019, logo após o nascimento de Luna, a mãe, Carolina Fenner, recebeu a notícia de que a filha teria a condição rara. A pequena nasceu com uma mancha escura no rosto, que crescia conforme ela se desenvolvia, exigindo intervenções médicas.
“Com 2 meses, Luna foi chamada de monstro dentro de uma igreja por uma senhora que assistia ao culto. Ali, decidi que faria as cirurgias de remoção de nevos de qualquer jeito e busquei ajuda e respostas com médicos em várias partes dos Estados Unidos.
Cada um tinha uma opinião, e eu e meu marido não sabíamos qual caminho seguir. Até que, pelo caso dela ser raro, a história viralizou pelo mundo e recebi o contato de um oncologista de Krasnodar (Rússia), Pavel Popov, oferecendo ajuda. Decidi arriscar e fizemos a primeira cirurgia de remoção quando minha filha tinha sete meses”, relatou a mãe.
Desde os 7 meses, Luna iniciou o tratamento, que incluiu viagens internacionais para a Rússia para realizar cirurgias com o oncologista Pavel Popov, especializado em nevos congênitos. Entre 2019 e 2021, a família viajou cinco vezes para a país para realizar as 10 cirurgias necessárias.
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Apesar das dificuldades, a jornada de tratamento se complicou com a pandemia, que levou a família a ficar retida na Rússia sem conseguir retornar ao Brasil. O quadro piorou em 2022, quando o início da guerra entre os dois países impediu a continuidade do tratamento. Após a mudança de planos, Carolina procurou outros especialistas em nevos congênitos, que questionaram as técnicas agressivas usadas pelo médico russo, resultando em queimaduras na pele de Luna.
“Ela ficou com o aspecto de queimaduras na pele, e para corrigir isso serão necessários mais quatro procedimentos, sendo um mais urgente, que será o preenchimento das bochechas para devolver a mobilidade a esta parte do rosto dela”, explicou Carolina.
Aos 5 anos, Luna já enfrenta dificuldades relacionadas à sua condição, incluindo preconceito. A mãe conta que a filha já sofreu discriminação na escola e que a criança se sente desconfortável com a aparência. “Ela quer usar maquiagem e base para esconder as marcas no rosto. Também já me relatou que algumas crianças não querem ficar perto dela e me questiona se é por causa da cara dela. Tentamos levar as situações da forma mais leve possível, mas é difícil”, revelou.
Atualmente, a família decidiu que a pequena não frequentará a escola até que as cirurgias sejam concluídas, buscando protegê-la. “Cada saída de casa é um questionamento e gostaria de apresentar um mundo para ela em que há mais empatia e carinho, além de enxergar o diferente com outros olhos”, declara a mãe.
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