Dor de garganta não tratada leva dançarino à insuficiência renal e rotina de hemodiálise. Entenda

O dançarino e cantor Eddie Mendez, de 40 anos, passa por três sessões semanais de hemodiálise devido a uma insuficiência renal crônica, resultado de complicações de saúde que começaram na infância. No momento, ele aguarda por um doador compatível para um transplante de rim.

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As complicações surgiram aos nove anos, quando Eddie, praticante de tae-kwon-do, se preparava para uma competição. Seus pais notaram uma grande quantidade de espuma na urina, o que levou a exames e ao diagnóstico de glomerulonefrite — uma inflamação nos rins causada por uma infecção de garganta mal curada. A bactéria Streptococcus beta-hemolítico, frequentemente associada a amidalites e faringites, migrou para os rins e agravou a condição.

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“A glomerulonefrite pós-infecciosa pode ser evitada com o uso correto de medicamentos durante o período prescrito, o que reduz o risco de complicações”, explica o nefrologista Yussif Ali Mere Junior, presidente da Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT).

Mesmo com a falência renal, Eddie continua ativo como professor de dança e artista. Em sua trajetória, competiu nacionalmente e se apresentou com nomes como  Maria da Graça Meneghel, Anitta, Naldo e Buchecha, além de manter shows com sua banda Retro Hits.

Ao receber o diagnóstico, Eddie foi orientado a evitar atividades físicas intensas, o que o afastou das artes marciais e o direcionou à dança. A condição se manteve estável por alguns anos, mas o descuido com os cuidados médicos na vida adulta piorou a situação. “Acabei relaxando com o acompanhamento médico. Quando via que os exames estavam normais, parei de cuidar. O rim começou a retrair e perder tamanho”, relata.

Em 2019, ao perceber a redução dos rins, Eddie retomou os cuidados rigorosos, eliminando carne de sua dieta e reforçando a atenção aos alimentos. Em 2021, após contrair Covid-19 e enfrentar uma anemia grave, seu quadro progrediu para falência renal. Ele ficou internado por 45 dias, 16 deles na UTI, saindo do hospital já com a indicação de hemodiálise.

Adaptação à Hemodiálise

O agravamento da saúde obrigou Eddie a concentrar-se mais no canto do que na dança. Três vezes por semana, ele realiza sessões de hemodiálise na Clínica de Doenças Renais (CDR) Taquara, no Rio de Janeiro. Apesar do cansaço, Eddie afirma que a hemodiálise é essencial para sua sobrevivência e procura manter o ânimo e o amor pela vida.

Além do tratamento, ele limita o consumo de líquidos a 500 ml de água por dia.

A Esperança de um Transplante

Eddie deseja realizar um transplante de rim, um dos poucos órgãos que podem ser doados em vida. Ele encontrou uma amiga compatível, mas o processo exige aprovações específicas, pois a doadora não é parente direta. “Estamos avançando com o processo, e minha expectativa é fazer o transplante em junho”, comenta. Atualmente, mais de 42 mil pessoas esperam por um rim no Brasil.

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