Noruega cria primeiro canal de TV do mundo feito para e por pessoas deficientes

O TV BRA, canal norueguês apresentado por jornalistas com deficiência ou autismo, tem ganhado destaque com sua programação inclusiva. Transmitido semanalmente pela plataforma TV2 Play e pelo próprio aplicativo e site da emissora, o programa é conduzido em uma linguagem mais acessível e ritmo desacelerado, o tornando compreensível para pessoas com deficiência intelectual. Entre os temas abordados estão notícias, entretenimento e esportes.

A equipe, formada por 10 jornalistas espalhados pelo país, inclui Emily Ann Riedel, que vive em Stavanger. Em entrevista à BBC News, elq explicou que precisou aprender a controlar sua espontaneidade para atuar no jornalismo: “Tenho que seguir o roteiro e não falar de assuntos pessoais – porque aqui é sobre notícias. Quando trabalho aqui, tenho que ser muito profissional”.  Mesmo com anos de experiência no canal, ela ainda enfrenta desafios, como o uso de maquiagem para aparecer nas câmeras. “Não preciso, porque sou bonita”, afirmou, rindo.

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A emissora também enfrenta dificuldades técnicas e orçamentárias. Camilla Kvalheim, editora-chefe e uma das fundadoras do projeto, destacou o compromisso com o profissionalismo, apesar da falta de treinamento formal em jornalismo de parte da equipe. “Se eles querem ser respeitados como jornalistas, precisam seguir os padrões éticos de outras organizações de notícias”, comentou.

TV BRA também se destaca pela abordagem de temas sociais e políticos. Recentemente, o jornalista Petter Bjørkmo relatou a situação de uma mulher com deficiência em Trondheim, que perderia o apoio de um assistente para fazer compras, sendo obrigada a utilizar serviços online, mesmo sem condições para isso. O caso gerou grande repercussão, embora não tenha revertido a decisão do governo local. “TV BRA é muito importante porque estamos falando sobre pessoas com deficiência e os nossos direitos na vida real”, disse.

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O modelo de produção e comunicação da emissora tem inspirado iniciativas semelhantes em outros países, como Islândia e Dinamarca. Para os espectadores, o trabalho é essencial. “Eles explicam as coisas de forma que conseguimos entender. Outros canais fazem de um jeito muito difícil”, expressou Anne-Britt Ekerhovd, fã da TV BRA.

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