Palmeirense acusado injustamente de emboscada contra cruzeirenses estava no RJ: “Me sinto vítima de racismo”

Henrique Moreira Lelis, torcedor do Palmeiras, foi acusado pela polícia de participar de um ataque da Mancha Alviverde contra torcedores do Cruzeiro na Rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, São Paulo. Ele comprovou que estava a mais de 420 km do local no momento do crime, que resultou na morte de um cruzeirense e deixou 17 feridos, e afirma que foi vítima de racismo.

++ Jovem relata desafios de viver com acne severa: “Ouvi que ninguém se relacionava com uma pessoa suja”

O ataque ocorreu no dia 27 de outubro, e a prisão temporária de Henrique foi decretada em 30 de outubro. Nas filmagens, ele foi identificado como um homem negro que atacava os ônibus dos rivais com barras de ferro e rojões. No entanto, estava no Rio de Janeiro desde a meia-noite daquele dia, retornando de uma viagem de trabalho em Goiás.

“[Me] sinto vítima de racismo. É muito humilhante, porque a gente trabalha todo dia tentando ser bem visto pelas pessoas. Aí, numa foto com 150 pessoas, eles acham um integrante negro no meio e acusam por ter sido da torcida há 11 anos. Tinha que ter uma investigação melhor”, afirmou em uma entrevista ao G1.

Dados da operadora de celular confirmaram que ele não passou por Mairiporã, e câmeras de segurança registraram sua presença em um mercado no Rio por volta das 12h20 do mesmo dia, acompanhado da esposa. O advogado de Henrique, Arlei da Costa, usou essas provas para pedir a revogação do mandado de prisão, obtida em 5 de novembro, após cinco dias de reclusão do torcedor.

“Meu cliente foi vítima de um erro grave que colocou em risco sua vida, sua liberdade e sua dignidade. Não fosse uma atuação rápida e irrefutável de defesa, o final dessa história poderia ser trágico”, disse o advogado, que estuda um pedido de indenização por danos morais contra o Estado.

++ Mulher mais alta e mais baixa do mundo se encontram pela primeira vez. Veja!

“Vivi um momento de angústia, trancado dentro de casa, pedindo forças por estarem me acusando de algo que eu não cometi”, desabafou.

O caso provocou mudanças na condução das investigações. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo transferiu o inquérito da Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva para o Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa.

Agora livre, Henrique afirma que o episódio deixou marcas profundas: “Espero que ninguém passe pelo que eu passei. Essa injustiça surreal poderia ter acarretado algo pior na minha vida”.

Não deixe de curtir nossa página no Facebookno Twitter e também  no Instagram para mais notícias do 111Next.