O que começou como um passatempo transformou-se em uma batalha judicial para o dentista José Vitor Estevam Siqueira, de Cachoeira Paulista, no interior de São Paulo. Fascinado por automóveis, ele construiu artesanalmente uma réplica da Ferrari F-40 na garagem de sua casa, mas foi processado pela montadora italiana sob a acusação de violação de propriedade intelectual.
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A Ferrari acusa Siqueira de fabricar e tentar vender a réplica, configurando crime contra registro de marca. O caso começou em 2019, quando o dentista, enfrentando dificuldades financeiras, colocou o protótipo à venda por R$ 80 mil em um site de comércio eletrônico. A montadora descobriu o anúncio e entrou com uma ação judicial para apreensão do veículo, além de pedir indenização por lucros cessantes e danos materiais.
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Siqueira foi condenado a cessar a produção e comercialização de réplicas da Ferrari e a pagar uma indenização, cujo valor atualizado chega a R$ 42,5 mil. Apesar de buscas judiciais, foram encontrados apenas R$ 887,74 em sua conta bancária, que acabaram bloqueados e convertidos em penhora pela Justiça.
Em meio à disputa, o dentista processou a Ferrari pedindo R$ 100 mil por danos morais, alegando prejuízo à sua imagem profissional e a necessidade de tratamento psicológico devido à exposição do caso. No entanto, o pedido foi negado.
A réplica da F-40 foi construída do zero por Siqueira, utilizando materiais de lojas de construção e ferramentas improvisadas. A Ferrari original, lançada em 1987, é um veículo raro e valioso, com apenas pouco mais de mil unidades no mundo, algumas avaliadas acima de R$ 4 milhões.
“Era um sonho infantil, um desafio pessoal. Nunca imaginei que isso poderia trazer tantos problemas”, relatou Siqueira ao g1 na época.
O veículo foi apreendido pela Polícia Civil para perícia. A Ferrari, que tem intensificado ações contra réplicas no Brasil, pediu à Justiça que o carro fosse destruído, mas ainda não houve decisão final sobre o destino do protótipo.
A paixão de Siqueira pela escuderia acabou se transformando em um longo e desgastante pesadelo judicial, que continua sem previsão de encerramento.
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