O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar o mercado financeiro e a desconfiança dos agentes econômicos em relação à sua política econômica, destacando que o maior problema do Brasil atualmente é a taxa de juros. Ele afirmou que o governo está tomando as providências necessárias em relação aos gastos públicos, mas a alta taxa de juros é o principal obstáculo à recuperação econômica. “A única coisa errada nesse país é a taxa de juros estar acima de 12%. Essa é a coisa errada. Não há nenhuma explicação”, declarou em entrevista à TV Globo, horas após ser liberado de um hospital em São Paulo, onde se recuperava de um sangramento craniano.
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Lula fez as declarações em um momento em que o mercado financeiro se mostra cético em relação à sua gestão, especialmente após o governo anunciar um pacote de corte de gastos com uma meta modesta de economizar R$ 70 bilhões nos próximos dois anos. A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de aumentar a taxa básica de juros para 12,25% na semana passada gerou críticas do presidente, que acredita que os juros elevados são uma das principais barreiras ao crescimento econômico do país.
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O presidente também reafirmou que tem experiência em manter a responsabilidade fiscal, recordando as conquistas de seus dois mandatos anteriores, quando entregou um país com uma economia sólida e crescimento do PIB. “Vou repetir: ninguém nesse país, do mercado, tem mais responsabilidade fiscal do que eu. […] Entreguei esse país numa situação muito privilegiada”, disse Lula, enfatizando que, em sua visão, a desconfiança do mercado financeiro é injustificada.
Além disso, Lula foi enfático ao afirmar que não é o mercado que deve se preocupar com os gastos do governo, mas sim o próprio governo. Ele destacou que, se o governo não controlar os gastos públicos, os pobres serão os mais afetados. “Se eu não controlar os gastos, se eu gastar mais do que eu tenho, quem vai pagar é o povo pobre”, alertou. A declaração vem após a reação negativa de parte do mercado ao plano de cortes, com alguns especialistas questionando se a proposta será aprovada sem modificações significativas pelo Congresso.
Em relação à sua recuperação, Lula permanecerá em São Paulo, em repouso e sob monitoramento médico até quinta-feira (19), quando passará por novos exames. Ele afirmou que, caso os exames indiquem que está apto, retornará a Brasília para retomar seus compromissos de trabalho. O presidente expressou urgência em discutir com sua equipe econômica e com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o andamento de projetos importantes no Congresso, como a regulamentação da reforma tributária e o orçamento do próximo ano. “Quando eu voltar, a partir de quinta-feira (19), vou ver o que podemos fazer”, completou.
Lula também reiterou que não pretende aumentar impostos no país e que, com a arrecadação correta dos tributos já estabelecidos, o Brasil seria capaz de cobrir suas necessidades. “Nós não queremos fazer uma reforma para aumentar tributos neste país”, afirmou, destacando que a principal discussão sobre o tema continua em andamento no Congresso Nacional.
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