Após seis anos, mãe reencontra filha dada como morta em incêndio: “O sangue chamou”

Luzaida Cuevas acreditou por seis anos que sua filha, Delimar Vera, havia morrido em um incêndio. Em 2004, ao participar de uma festa, viu uma menina com covinhas familiares e, em uma ação improvisada, coletou fios de cabelo para um teste de DNA. O resultado confirmou que a criança era seu bebê desaparecido.

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Carolyn Correa, prima por casamento do pai de Delimar, Pedro Vera, foi identificada como a sequestradora. Segundo as investigações, a mulher raptou o bebê em dezembro de 1997, simulou o incêndio para encobrir o crime e criou a menina como sua própria filha, a renomeando como Aaliyah Hernandez.

Delimar, hoje com 26 anos, compartilhou sua experiência no documentário “Back from the Dead: Who Kidnapped Me?” [De Volta dos Mortos: Quem Me Sequestrou? em português]. “As pessoas pensam que você é sequestrado e, no dia seguinte, tudo vira arco-íris, borboletas, e a vida segue. Mas, infelizmente, essa não é a verdade. Há muito trabalho envolvido em reparar essas relações e seguir em frente”, diz a jovem ao The Sun.

A jovem também falou sobre os traumas de sua infância: “Essa é minha vida, algo que tive que enfrentar todos os dias. Sinto que, finalmente, cheguei a uma idade em que estou mentalmente estável, tenho minha vida estabelecida e sempre quis compartilhar minha história”.

O sequestro

Apesar de as autoridades terem dito aos pais de Delimar que ela havia morrido no incêndio, Luzaida nunca acreditou. “Eles disseram que foi causado por um fio de extensão de um aquecedor, mas, enquanto as chamas consumiam minha casa, corri para o quarto do andar de cima onde o bebê estava dormindo e encontrei o berço vazio. A janela estava escancarada”, relatou.

Enquanto era retirada da casa em chamas pelos bombeiros, Luzaida gritava que sua filha tinha sido levada. Pedro também tentou alertar as autoridades, mas enfrentou barreiras. “Eles nunca retornaram minhas ligações ou investigaram. Não havia corpo. Pedi para ver os restos, mas disseram que estavam muito queimados para identificar qualquer coisa”, relatou a mãe biológica.

Correa, por sua vez, alegou que Pedro Vera lhe entregou o bebê voluntariamente, algo que ele sempre negou. Sobre essa alegação, Delimar afirmou: “Eu senti que havia um muro entre nós, algo que não podíamos superar, a menos que eu soubesse a verdade”.

O reencontro

O caso teve uma reviravolta quando Luzaida encontrou Delimar em uma festa de aniversário. “Eu me lembro dela puxando meu cabelo. Eu a vi e pensei comigo mesma: ‘Uau, essa mulher é realmente bonita.’ Continuei olhando para ela, pensando, ‘Ela é tão linda'”, contou.

A jovem também falou sobre a conexão que sentiu naquele momento: “Minha mãe disse que foi como ‘o sangue chamou’. É como se você pudesse sentir quando está perto de sua família. Eu naturalmente me aproximei dela”.

Após o reencontro, a família encontrou enfrentaram desafios para o convívio. A menina, então criada por Correa em New Jersey, não falava espanhol, enquanto seus pais tinham dificuldades com o inglês. “Ajudas como terapia ou recursos para adaptação nunca nos foram oferecidas”, revelou Delimar.

Correa foi condenada em 2005 a até 30 anos de prisão, mas cumpriu apenas oito. Sua motivação para o crime permanece incerta. “Se ela tinha filhos próprios, por que sequestrar outra criança e não tratá-la bem?”, questionou a menina, que relatou abusos sofridos no período em que viveu com a sequestradora.

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Hoje, Delimar busca respostas e reconexão. No documentário, ela conta como uma prova de detector de mentiras ajudou a fortalecer sua relação com Pedro: “Sempre amei meu pai, mas uma dúvida pairava sobre nós. Saber que ele não participou do crime trouxe alívio”.

Apesar do fechamento parcial proporcionado pela produção, ela sabe que a história continuará a despertar curiosidade pública. “Espero que as pessoas sejam cautelosas ao tratar deste caso. É a vida de uma família que ainda enfrenta as consequências desse crime”, finalizou.

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