Em 2011, a comissária de bordo Shelia Fedrick trabalhava em um voo da Alaska Airlines, entre as cidades de Seattle e San Francisco, nos Estados Unidos. Durante o trajeto relativamente curto, Shelia percebeu duas figuras que chamaram sua atenção. Um homem, de cerca de 40 anos, estava bem vestido e elegante ao lado de uma adolescente, que parecia ter uns 15 anos, completamente mal vestida e desgrenhada.
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Shelia percebeu um olhar suspeito na garota e notou que o homem que a acompanhava não permitia que ela conversasse com a adolescente. Com medo do que pudesse se tratar, Shelia conseguiu se comunicar com a garota, sussurrando discretamente para que ela fosse ao banheiro. Lá, a menina encontrou um bilhete perguntando se tudo estava bem, ao que ela escreveu: “preciso de ajuda”.
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Quando a jovem saiu, Shelia entrou no banheiro, leu o bilhete e foi para a cabine do piloto, mostrando o pedido de socorro. O capitão entrou em contato com a torre de comando do aeroporto de San Francisco, onde o pouso estava programado, pedindo para que a polícia fosse mobilizada de imediato.
O voo prosseguiu normalmente, mas quando chegaram ao aeroporto, a polícia estava esperando tanto o homem suspeito quanto a garota. A menina não demorou para contar o que estava acontecendo, e logo foi revelado que ela era vítima de tráfico humano.
A história de Shelia e da menina resgatada ganhou destaque novamente em 2017, especialmente nos Estados Unidos, com o objetivo de divulgar a organização beneficente Airline Ambassadors, que trabalha no treinamento de funcionários das companhias aéreas para situações suspeitas como essa.
Devido à grande repercussão do caso, muitas pessoas desconfiaram da falta de informações sobre o suposto criminoso que teria sido preso por tráfico humano. Embora a discrição seja recomendada nesses casos, não são poucos os exemplos de traficantes de pessoas que têm a identidade escancarada nos jornais e televisões.
Quanto à menina, as únicas informações sobre seu paradeiro foram divulgadas seis anos depois do caso. Em 2017, foi revelado que ela estava cursando faculdade e que tinha contato com Shelia, a comissária que a salvou.
Shelia também deu entrevistas para emissoras de televisão americanas e europeias, compartilhando sua experiência e destacando a importância da conscientização e da ação rápida em situações de emergência.
A Airline Ambassadors recomenda que comissários de bordo em situações como as de Shelia não demonstrem abertamente preocupação ou inquietação, mas sim informem o piloto sobre a suspeita e notifiquem a polícia do destino do voo. Essa abordagem pode ajudar a prevenir casos de tráfico humano e garantir a segurança de todos a bordo.
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