Camila Teixeira, escritora e terapeuta de 36 anos, venceu uma longa batalha contra o câncer e, nove anos após iniciar o processo, realizou o sonho de se tornar mãe por meio da adoção. O menino Isaac, de um ano e dois meses, chegou para transformar a vida da família, em fevereiro de 2024.
“Desde o primeiro olhar, eu já me senti mãe”, contou Camila em entrevista à Crescer.
Em 2014, ela foi diagnosticada com câncer de colo de útero durante exames preventivos de rotina. Após uma cirurgia para remover parte do útero, tentou duas vezes a fertilização in vitro, mas não teve sucesso. O casal decidiu então iniciar o processo de adoção. “Tivemos clareza de que esse era o caminho para nós. Era uma decisão com responsabilidade e muito amor”, disse.
Enquanto aguardava na fila de adoção, Camila recebeu a notícia de que o câncer havia retornado de forma agressiva, com metástase. “Foi uma batalha dolorosa. Com o segundo diagnóstico, tudo se tornou extremamente intenso. Foram anos marcados por inúmeras cirurgias, sessões de quimioterapia e radioterapia. Seis longos anos de luta […] Fui considerada paciente paliativa, sem expectativas de melhora. Minha última chance foi uma cirurgia de altíssimo risco”, lembrou. Após o procedimento e um longo período de recuperação, que incluiu internações e uso de bolsas coletoras, a mulher começou a se restabelecer.
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Mesmo durante o tratamento, ela e o companheiro, Fernando, mantiveram a decisão de adotar. Após anos de espera, a ligação chegou. “Chorei tanto que mal conseguia falar. Já no primeiro encontro, eu me senti mãe. Desde o primeiro olhar, desde o primeiro toque no Isaac, eu já me senti mãe. Naquele instante, eu o assumi como meu filho. Sempre li muito sobre esse momento e sei que, para muitas pessoas, o amor é algo que se constrói aos poucos. Mas acredito que, pelo fato de o Isaac ter vindo em um momento tão perfeito, quando eu já estava organizada, sem preocupação com tratamentos, me senti entregue para ele”, afirmou.
Agora, ela divide a rotina entre os cuidados com o filho e o trabalho, além de dedicar-se a inspirar outras pessoas com sua história. “Hoje, nem conseguimos lembrar como era nossa vida sem ele. Ainda em janeiro, iniciaremos sua adaptação na escolinha, para que ele possa interagir com outras crianças. Todos os dias, agradecemos a Deus por essa oportunidade, agradecemos ao Isaac por nos escolher e à vida por nos permitir viver a maternidade de uma forma tão especial. Foi tudo planejado e organizado por Deus, e é exatamente do jeito que entendemos ser perfeito para nós”, expressou.
No livro “Olhos brilhantes – Eu escolhi ficar”, Camila compartilha sua trajetória de superação e o aprendizado de valorizar os pequenos momentos da vida. “Quero mostrar que é possível encontrar força mesmo diante dos maiores desafios. A vida pode nos surpreender com novos caminhos”, concluiu.
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