Bebê com doença rara precisa do remédio mais caro do mundo para sobreviver

Théo Bento Silva, nascido em maio de 2024 em São Bernardo do Campo (SP), foi diagnosticado com Atrofia Muscular Espinhal (AME), uma doença genética rara que compromete funções motoras e respiratórias. Aos poucos meses de vida, a família percebeu que o bebê não conseguia erguer a cabeça ou segurar objetos. Após exames, o diagnóstico foi confirmado em outubro do mesmo ano, após uma crise respiratória que levou o pequeno à UTI.

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“Foi um turbilhão de emoções. Perdi o chão e totalmente o rumo da minha vida”, disse Mônica Suellen da Silva, mãe de Théo, em entrevista à CRESCER. A doença progrediu rapidamente, e o bebê precisou passar por uma traqueostomia em novembro para facilitar a respiração e uma gastrostomia em janeiro para permitir a alimentação.

A família busca acesso ao Zolgensma, terapia gênica de dose única considerada a mais eficaz para a AME, mas que custa R$ 7 milhões. “Ficamos indignados ao saber que salvar a vida do nosso filho custa tanto”, desabafou Caíque Bento Rodrigues da Silva, pai de Théo. O plano de saúde da família negou a cobertura do medicamento, alegando que o filho não se enquadra nas exigências da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que limita o tratamento a pacientes com até 6 meses e que não dependam de ventilação mecânica por mais de 16 horas diárias.

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Enquanto aguardam uma decisão judicial para obter o Zolgensma pelo SUS, os pais promovem campanhas para arrecadar recursos. “Estamos fazendo vaquinhas online, caminhadas solidárias e vendendo balas nos semáforos. Cada doação é uma esperança renovada”, explicou Mônica.

O neurologista Rodrigo Holanda, responsável pelo acompanhamento de Théo, afirmou que o tratamento com Risdiplam, medicamento obtido pelo SUS após três meses de espera, ajudou a estabilizar o quadro do bebê. “Os tratamentos melhoram a qualidade de vida, mas os avanços acontecem de forma lenta”, disse. Ele reforçou que o Zolgensma seria a melhor opção para o caso.

A família enfrenta ainda dificuldades burocráticas com o plano de saúde. “Nós só conseguimos a internação e o home care do nosso filho por ação judicial. Em uma ocasião, pediram R$ 50 mil de caução para mantê-lo hospitalizado”, relatou Caíque.

Stefano Ribeiro Ferri, advogado especialista em direito da saúde, explicou que a família pode contestar as restrições impostas pela ANS. “A limitação não deve prevalecer quando compromete a eficácia do tratamento e põe em risco a vida do paciente”, afirmou.

Mônica e Caíque seguem divididos entre o hospital e as campanhas de arrecadação. “Nossa esperança é conseguir o tratamento antes que seja tarde demais”, disse a mãe. “Cada dia conta e cada doação pode fazer a diferença na vida do nosso filho”, reforçou o pai.

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