Nicollas Furtado de Souza Lima, de 20 anos, foi aprovado em terceiro lugar no curso de medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e também na Universidade de São Paulo (USP). A notícia chegou enquanto ele trabalhava em uma loja de roupas no Centro de Juiz de Fora.
“Quando a lista dos aprovados saiu, estava trabalhando na loja. Pedi para a caixa procurar meu nome na internet durante o expediente, porque não acreditava que ele estaria lá. Mas quando ela leu a lista e me mostrou foi uma explosão de sensações dentro de mim”, contou Nicollas ao G1.
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Diante das aprovações, o jovem pediu demissão do emprego no fim de janeiro e decidiu seguir o sonho de se tornar médico. Ele planeja se mudar para São Paulo ainda em fevereiro, mas enfrenta desafios financeiros para se manter na capital. “Como sou de baixa renda, as coisas ficam mais complicadas. Estou tentando levantar alguns recursos. A universidade oferece auxílios, mas eles demoram a sair, e os valores são baixos para o custo de vida em São Paulo, além de serem muito disputados”, explicou.
Nicollas fez o primeiro Enem em 2021, após concluir o ensino médio na Escola Estadual Victor Gonçalves de Souza, em Itaúna. Na época, ele não conseguiu a nota necessária para medicina, mas manteve o foco no sonho. “Desde pequeno, sempre quis ser médico, mas pensava que o curso exigiria uma estrutura financeira e familiar que eu não tinha”, disse.
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Em 2024, ele acertou 166 das 180 questões do Enem e tirou 980 na redação, alcançando média de 821 pontos. Nicollas estudou sozinho, com a ajuda de materiais e plataformas online, sem frequentar cursinhos preparatórios. “Assinei uma plataforma de matemática e de redação e foquei integralmente minha vida e meu tempo nesse objetivo”, relatou.
Ele conciliou os estudos com o trabalho como vendedor, das 8h às 20h, e precisou maximizar o pouco tempo disponível. “Tentei juntar o máximo de dinheiro possível para cumprir meus compromissos pessoais e de casa e, depois, me dedicar integralmente aos estudos”, explicou.
Ao ver o resultado, Nicollas não conteve a emoção: “Nem acreditei quando vi os 40+ em todas as áreas e os 166 acertos totais, que correspondem a mais de 90% da prova. Foi uma felicidade imensa e meio que uma quase certeza de que a aprovação na Federal finalmente viria”.
Ele descreveu as aprovações como “uma sensação de dever cumprido, sabendo que toda a luta foi finalmente vencida. A USP parecia algo impossível, mas agora é uma realidade”.
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