Erro em mutirão de catarata com troca de soro deixa pacientes cegos em SP

A organização responsável pelo mutirão de cirurgias de catarata que resultou em pacientes cegos em Taquaritinga (SP) confirmou que a equipe médica cometeu um erro grave durante os procedimentos.

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Em vez de utilizar um soro de hidratação para fechar os cortes cirúrgicos, os profissionais utilizaram uma substância destinada à assepsia superficial de pele e mãos, a clorexidina, que não é adequada para entrar em contato com os olhos.

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A conclusão foi alcançada após uma sindicância iniciada há mais de três meses, desde que os pacientes do mutirão apresentaram complicações. O Grupo Santa Casa de Franca, responsável pelo mutirão, havia confirmado anteriormente um erro, mas não havia divulgado detalhes. Agora, a organização confirma que a equipe médica inverteu a ordem do uso dos produtos, aplicando a clorexidina em substituição ao soro Ringer.

Pelo menos 12 de 23 pacientes relataram complicações após serem submetidos às cirurgias no Ambulatório de Especialidades Médicas (AME) de Taquaritinga em 21 de outubro. Esses pacientes foram encaminhados para avaliações no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto e, posteriormente, inseridos na fila de transplante de córnea do estado em dezembro. O caso está sendo investigado pelo Ministério Público e pela Polícia Civil.

A apuração interna constatou que houve uma falha humana profissional na aplicação dos produtos durante os procedimentos cirúrgicos. A clorexidina, embora seja adequada para assepsia da pele e das mãos, não pode ser aplicada diretamente nos olhos, como explica o oftalmologista João Marcos Atique. O soro Ringer, por outro lado, é um composto que serve para hidratar regiões ressecadas e é adequado para o selamento da incisão operatória.

O Grupo Santa Casa de Franca informou que todos os profissionais envolvidos foram afastados e que as informações serão entregues à Secretaria de Estado da Saúde. A organização também se comprometeu a dar transparência dos fatos às autoridades e à população. Além disso, medidas de segurança foram tomadas para evitar que erros semelhantes ocorram no futuro.

Os pacientes afetados pelo erro médico relatam desespero e dificuldades para lidar com as consequências. Muitos perderam a visão e enfrentam desafios para retomar suas vidas normais. A situação é um lembrete da importância da atenção e do cuidado nos procedimentos médicos, bem como da necessidade de transparência e responsabilidade em caso de erros.

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