Lula defende multilateralismo e critica protecionismo em reunião do Brics

Em discurso durante reunião com negociadores dos países do Brics, nesta quarta-feira, o presidente Lula destacou a importância do multilateralismo e criticou o protecionismo, afirmando que as barreiras comerciais aumentam a necessidade de alternativas.

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“O unilateralismo enfraquece a ordem internacional. Apostar no caos e na imprevisibilidade afasta de compromissos essenciais. Negociar com base na força é um caminho perigoso para a instabilidade e a guerra”, afirmou o presidente. “Em meio à polarização e fragmentação, defender o multilateralismo é o único caminho a seguir.”

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A reunião de sherpas do Brics é a primeira etapa para a cúpula que ocorrerá em julho, no Rio de Janeiro, sob presidência do Brasil. Esse encontro ocorre em um ano de mudanças geopolíticas, com o retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, colocando ainda mais desafios ao multilateralismo.

Lula também mencionou a proposta de paz apresentada por Brasil e China, que foi em grande parte ignorada pelos países europeus. Ele voltou a cobrar a reforma da ONU, uma das prioridades brasileiras para a cúpula.

Outro ponto destacado por Lula foi o reforço das relações comerciais entre os 11 membros do Brics, com aumento do uso de moedas locais nas transações comerciais. Isso tem sido confundido, inclusive por Trump, com a ideia de criar uma moeda única para o bloco, o que o presidente dos EUA criticou.

“A escalada do protecionismo no comércio e investimentos reforça a importância de medidas para superar os obstáculos à nossa integração econômica. Aumentar as opções de pagamento significa reduzir vulnerabilidades e custos. O Brasil está comprometido com o desenvolvimento de plataformas de pagamento complementares, acessíveis e seguras”, disse Lula.

O objetivo das medidas em andamento, de acordo com a Reuters, é incentivar novas tecnologias e reduzir os custos das operações comerciais, com base em padrões compatíveis com os de organismos multilaterais, como o Banco de Compensações Internacionais (BIS). O embaixador Maurício Lyrio, sherpa brasileiro, explicou que o uso de moedas locais no comércio bilateral já é comum e a intenção é expandir essa prática.

Lyrio também explicou que os países do bloco representam de 30% a 40% do poder de compra mundial, mas o comércio intra-bloco é de apenas 25%, indicando um grande potencial de crescimento. Ele negou a ideia de uma moeda única para o Brics, destacando que isso é um equívoco.

O Brasil ainda busca, entre suas prioridades, a criação de uma coalizão com os 11 países do bloco para apresentar uma posição conjunta sobre o financiamento das mudanças climáticas na COP30, que será presidida pelo Brasil. O bloco considera que os acordos de financiamento climático atuais estão abaixo do necessário e rejeita a cobrança de países desenvolvidos sobre os emergentes para financiar as mudanças climáticas

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