Bilíngue e graduada, mulher busca emprego em semáforo: “Não tenho vergonha”

Aos 52 anos, Alessandra Zechin Nascimento decidiu buscar emprego de forma inusitada: em um semáforo no bairro da Vila Andrade, zona sul de São Paulo. Formada em Turismo e bilíngue, ela enfrentou dificuldades para conseguir trabalho por meio de plataformas online e voltou ao local onde, em 2023, já havia conseguido uma vaga após expor sua situação.

++ Após instabilidade global, Elon Musk diz que X sofreu “ataque cibernético massivo”

Sem emprego há cinco meses, Alessandra contou que tomou a decisão após inúmeras tentativas frustradas em processos seletivos. “Moro sozinha, tenho aluguel e contas para pagar. Ficar esperando uma resposta que, muitas vezes, nem vem, me angustiava. Então, voltei ao semáforo”, disse ao Band.com.br.

A turismóloga afirma que a automatização dos recrutamentos tem sido um obstáculo. “Os processos estão muito robotizados. Entendo que há muitos candidatos para poucas vagas, mas sinto falta do contato humano. Antes, era mais fácil falar diretamente com os recrutadores”, explicou.

++ Alckmin diz que medidas para reduzir preço dos alimentos não terão efeito imediato

Apesar de seguir orientações para tornar o currículo mais atrativo, como otimização de palavras-chave e personalização para cada vaga, Alessandra diz que nem sempre consegue avançar nas etapas. “Leio tudo sobre como me destacar, mas, muitas vezes, nem chego à fase da entrevista“, afirmou.

A experiência no semáforo trouxe um retorno mais rápido. No dia seguinte, ela conseguiu cinco entrevistas, número superior ao que havia obtido nos últimos meses por meios tradicionais. “Foi uma surpresa. O carinho das pessoas, os desejos de boa sorte, tudo isso me motivou. Se não conseguir agora, volto lá com minha plaquinha. Não tenho vergonha de lutar pelo que preciso”, declarou.

Não deixe de curtir nossa página no Facebook e também no Instagram para mais notícias do 111NEXT.