Paul Edmonds, de 67 anos, se tornou a quinta pessoa no mundo a ser curada do HIV após um transplante de células-tronco realizado em 2019. A identidade do aposentado, que conviveu com o vírus por 33 anos, foi revelada em um programa de TV da rede ABC, nos Estados Unidos O procedimento, considerado arriscado e não indicado para tratar o HIV, foi realizado devido a um diagnóstico de leucemia, doença que ele enfrentava desde 2018.
O transplante de células-tronco foi possível graças a um doador com uma rara mutação genética, o gene CCR5, que neutraliza o vírus HIV. Estima-se que apenas 1% da população mundial possua essa característica. O tratamento, no entanto, é complexo e perigoso, com riscos de morte, e é normalmente utilizado para tratar cânceres como a leucemia, e não o HIV. No caso de Edmonds, o transplante foi a única opção viável, já que a quimioterapia, usada no tratamento da leucemia, poderia enfraquecer ainda mais seu sistema imunológico, já debilitado por décadas de luta contra o HIV.
O homem foi diagnosticado com HIV em 1988, em um período em que a doença era considerada uma sentença de morte. Ele relembra os anos mais sombrios da epidemia de AIDS, quando perdeu inúmeros amigos para a doença. “Ter o HIV era como uma maldição. Tinha medo de me testar porque um positivo era a certeza de morte”, afirmou ao programa de TV. Após o transplante, ele não toma medicamentos antirretrovirais há dois anos e está livre do vírus.
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O City of Hope, hospital onde ele foi tratado, explicou que pacientes idosos com HIV têm maior propensão a desenvolver leucemia devido ao enfraquecimento do sistema imunológico causado pela AIDS. “Usar a quimioterapia em um paciente como Edmonds, que também tomava as medicações antirretrovirais, seria um risco. Por isso, o hospital começou a oferecer o transplante de células-tronco a pacientes que viviam com ambas as doenças”, disse a instituição em comunicado.
Edmonds, que está casado com Arnie House desde 1989, vê sua cura como um momento de esperança e homenagem àqueles que perderam a vida para o HIV. “Perdi muitos amigos, mais do que eu posso contar. Este momento é de esperança, mas também de memória por todos aqueles que nós perdemos”, afirmou ele. House, que também vive com HIV, celebrou a cura do marido: “Estou tão feliz com a cura dele como teria ficado se fosse a minha”.
O aposentado, que já enfrentou a morte duas vezes, afirma estar grato por estar vivo e por ter a oportunidade de compartilhar sua história. “Passei por muitas terapias na vida e quero contar minha história para trazer esperança a pessoas que vivem com o HIV”, concluiu.
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