Engenheiro cria incubadoras de baixo custo para salvar bebês prematuros em países pobres

O engenheiro espanhol Pablo Sánchez Bergasa, fundador da ONG Medicina Abierta al Mundo, foi reconhecido na última quarta-feira (19), com o Prêmio Princesa de Girona Social 2025 pelo desenvolvimento de incubadoras de baixo custo para hospitais em países com poucos recursos. A iniciativa tem como objetivo reduzir a mortalidade de bebês prematuros, especialmente em regiões onde o acesso a equipamentos médicos é limitado.

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A inspiração para o projeto surgiu em 2017, quando Pablo leu uma reportagem sobre a falta de incubadoras em hospitais da África. Na época, ele conheceu o trabalho do engenheiro biomédico Alejandro Escario, que havia criado um protótipo de incubadora de baixo custo em 2015. Ao perceber que a iniciativa estava perdendo força, Pablo decidiu assumir o projeto e ampliar sua produção. “Vi que aquele projeto se caía porque, devido a circunstâncias pessoais ou profissionais, alguns dos impulsores se haviam desvinculado e me pareceu que era algo demasiado bonito para deixar escapar”, explicou ao El Mundo.

Desde então, a ONG já enviou cerca de 200 incubadoras para mais de 30 países, incluindo regiões da África, América Latina, Nepal e até áreas afetadas pela guerra na Ucrânia. Em hospitais sem recursos, onde bebês prematuros antes eram mantidos aquecidos com garrafas de água quente ou caixas de papelão, as incubadoras de Pablo têm ajudado a salvar vidas. “Fabricamos a custo, com materiais mais simples e em colaboração com centros educativos”, disse ele.

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A produção das incubadoras conta com o apoio de estudantes de formação profissional, como os do centro Salesianos Pamplona, na Espanha. Em vez de montar peças sem utilidade prática, os alunos participam da fabricação dos equipamentos que serão enviados a hospitais em necessidade. “Em vez de montar umas peças de xadrez que depois acabam na sucata, aprendem fazendo algo que é muito ilusionante porque, depois do trabalho, ali haverá um bebê”, afirmou Pablo.

As incubadoras convencionais podem custar até 35 mil euros, um valor inviável para muitos hospitais em países em desenvolvimento. Já as incubadoras desenvolvidas pela ONG saem por apenas 350 euros, tornando-se uma alternativa acessível para locais com poucos recursos médicos. Além disso, os equipamentos são projetados em código aberto, permitindo que sejam fabricados localmente por outras equipes de engenheiros.

Atualmente, um dos maiores desafios da ONG é fazer com que as incubadoras cheguem a regiões em conflito, como a Faixa de Gaza. “Todos vimos as imagens de crianças prematuras em hospitais de Gaza sem as condições mínimas para sobreviver”, comentou Pablo, explicando que a organização tentou, sem sucesso, enviar equipamentos para a região devido às restrições humanitárias. “Estamos voltando a tentar”, acrescentou.

Em julho, Pablo receberá o Prêmio Princesa de Girona Social no Gran Teatre del Liceu, em Barcelona. Ele espera que o reconhecimento amplie a visibilidade do projeto e atraia novos parceiros para a iniciativa. “Precisamos de ajuda para chegar a mais hospitais”, declarou.

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