Servente de pedreiro se torna estudante em universidade que construiu: “Deus ajudou”

Elcimar Moreira da Silva, de 32 anos, retornou ao campus da Universidade Federal Fluminense (UFF) de Santo Antônio de Pádua, no Noroeste Fluminense, onde trabalhou como ajudante de pedreiro há dez anos, agora como estudante de Física. O jovem, que ajudou a “bater laje” na construção da unidade em troca de R$ 30 por dia, ingressou no curso após ser aprovado no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

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Filho de pedreiro, Elcimar começou a trabalhar cedo e foi convidado por um tio para ajudar na obra da universidade. “Na hora de bater a laje, eles precisaram de outras pessoas, então chamaram meu irmão e eu. Eu estava acostumado a tocar pequenas obras com meu pai, mas quando chegamos, ficamos impressionados com a extensão daquela obra. Foram dois ou três dias bem suados e bem difíceis”, relembra. O dinheiro recebido na época foi usado para abastecer a despensa de casa.

Naquele momento, o ajudante de pedreiro não imaginava que um dia se tornaria estudante da mesma instituição. “Eu sabia que era a construção da UFF, mas nunca imaginei que poderia entrar numa universidade daquela, a mesma em que eu estava trabalhando. Mas Deus ajudou. Fiz o Enem, consegui a nota e hoje estudo na universidade em que ajudei a bater laje”, comemora.

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Elcimar concluiu o ensino médio com atraso devido à necessidade de trabalhar, mas nunca desistiu do sonho de cursar Física. “Meu sonho sempre foi fazer Física, mas eu achava que não ia conseguir o que queria, porque dizem que alegria de pobre dura pouco. Mas fiz o Enem e passei. Eu entrei pelas cotas raciais, mas tirei nota suficiente para passar pela ampla concorrência”, afirma.

Ao se matricular, ele sentiu orgulho por ter feito parte da construção do campus que agora o acolhe como aluno.

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