Após 25 anos de pesquisa, nasce a primeira bebê do Reino Unido gerada em útero transplantado: “É difícil acreditar que ela é real”

A bebê Amy Isabel Davidson nasceu em 27 de fevereiro e se tornou o primeiro bebê do Reino Unido gerado em um útero transplantado. A mãe, Grace Davidson, de 36 anos, foi diagnosticada na adolescência com a síndrome de Mayer-Rokitansky-Küster-Hauser (MRKH), condição que afeta cerca de uma em cada 5 mil mulheres e causa ausência ou subdesenvolvimento do útero, embora os ovários permaneçam funcionais.

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Para realizar o sonho da maternidade, Grace recebeu o útero da irmã mais velha, Amy Purdie, de 42 anos, em uma cirurgia realizada em 2023. O procedimento foi o primeiro transplante de útero com doadora viva feito no Reino Unido. Após a operação, um dos embriões criados previamente por fertilização in vitro foi transferido para o novo útero.

Amy Isabel nasceu por cesariana planejada no hospital Queen Charlotte’s and Chelsea, em Londres. “Recebemos o maior presente que poderíamos ter pedido. Era difícil acreditar que ela era real. Eu sabia que ela era nossa, mas é difícil acreditar”, disse Grace, em entrevista ao The Guardian.

A irmã, Amy Purdie, acompanhou o parto por vídeo e afirmou que não teve dúvidas quando soube que poderia ajudar. “Foi muito natural. Quando ela mencionou que havia essa oportunidade, imediatamente eu e minha irmã mais velha, Laura, e nossa mãe — todas nós dissemos que faríamos isso. Não havia dúvida sobre isso”, revelou.

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O nascimento de Amy Isabel representa o resultado de 25 anos de pesquisa liderada pelo professor Richard Smith, cirurgião ginecológico do Imperial College Healthcare NHS Trust e fundador da instituição Womb Transplant UK. “Sinto uma grande alegria, na verdade, inacreditável — 25 anos depois de começar esta pesquisa, finalmente temos um bebê, a pequena Amy Isabel. Espantoso, realmente espantoso. Houve muitas lágrimas derramadas por todos nós neste processo. Realmente muito emocionante, com certeza”, afirmou Smith.

A bebê recebeu o nome de Isabel também em homenagem à cirurgiã Isabel Quiroga, do Oxford Transplant Centre, uma das responsáveis pela realização do transplante.

Após o nascimento, a bebê precisou de terapia de luz por causa de icterícia, mas está em bom estado de saúde. “Ela teve um pouco de icterícia no começo, e precisou de um pouco de terapia de luz, mas agora se alimenta melhor e está mais alerta. Ela meio que acorda sozinha quando quer mamar, o que é legal”, relatou a mãe.

A Womb Transplant UK tem permissão para realizar até 15 transplantes — 10 de doadores falecidos e 5 de doadores vivos. O professor Smith afirmou que o caso de Grace e Amy prova a eficácia do procedimento. “Até agora, fizemos um transplante de doador vivo, que é o bebê Amy, e fizemos três transplantes de doadores falecidos. Esses pacientes estão todos bem, saudáveis, e seus úteros estão funcionando normalmente. No final das contas, o propósito não é transplantar o útero, o propósito é ter um bebê”, explicou.

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