Após 36 anos sem conseguir beber um copo d’água, homem que sofria de tremores recupera movimentos com cirurgia cerebral

 

Neville Waterstrom, de 74 anos, passou mais da metade da vida convivendo com tremores severos, condição que o impedia de realizar tarefas simples como escrever ou beber um copo d’água. Ele foi o primeiro paciente do sistema público de saúde de Queensland, na Austrália, a se submeter a um procedimento cerebral não invasivo que eliminou os sintomas após mais de três décadas de limitações.

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A cirurgia, chamada de ultrassom focado guiado por ressonância magnética (MRgFUS), foi realizada no Gold Coast University Hospital. A técnica inovadora não exige cortes ou anestesia geral. Em cerca de uma hora, mais de mil feixes de ultrassom são direcionados a uma área específica do cérebro, o tálamo, criando pequenas lesões que interrompem a atividade cerebral responsável pelos tremores.

“Experimentei tremores essenciais pelos últimos 30 anos. Foi incrivelmente difícil realizar até mesmo tarefas simples, como alimentar-me, e beber de um copo era praticamente impossível. Este procedimento mudou completamente a minha vida”, relatou Neville, poucas horas após o procedimento. “Eu não conseguia escrever adequadamente há pelo menos 20 anos, e agora – é simplesmente incrível. Posso beber um copo de água novamente”, completou.

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O procedimento foi acompanhado por uma equipe multidisciplinar de neurologistas, neurocirurgiões, radiologistas e uma enfermeira especializada. Segundo o Dr. Sam Heshmat, Diretor Médico de Neurologia do Gold Coast Health, os resultados foram imediatos: “Ver uma mudança significativa na capacidade funcional do paciente em poucas horas e vê-lo recuperar a independência após tantos anos é algo inestimável”.

Por ser não invasiva, a técnica permite alta no dia seguinte e representa uma alternativa para pacientes com tremores essenciais e outras condições neurológicas debilitantes. A cirurgia agora passa a integrar os serviços do hospital público de Queensland, ampliando o acesso ao tratamento.

“É uma alegria e um privilégio ser a primeira pessoa em Queensland a receber esse tratamento. Agradeço a todos os envolvidos, do fundo do meu coração”, finalizou Neville.

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