A britânica Lucy Edwards, de 29 anos, criadora de conteúdo e referência em acessibilidade digital, anunciou que dará início ao processo de fertilização in vitro (FIV) com diagnóstico genético pré-implantacional. O objetivo é evitar que o gene causador de sua cegueira seja transmitido para seus futuros filhos.
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Lucy perdeu completamente a visão aos 17 anos por conta da Incontinentia Pigmenti (IP), uma condição genética rara que afeta predominantemente mulheres e pode ser fatal para fetos do sexo masculino. A mutação, transmitida pela linhagem materna, já provocou abortos espontâneos em gerações anteriores de sua família. “Minha avó teve nove abortos espontâneos. É um gene que pode ser devastador”, revelou Lucy em entrevista ao podcast Access All, da BBC.
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Ela e seu marido, Ollie, com quem está há quase uma década e casada há dois anos, decidiram utilizar a FIV com rastreio genético para garantir que apenas embriões livres da mutação sejam implantados. Segundo Lucy, a escolha foi difícil, pois envolve eliminar uma característica que moldou sua identidade pessoal e profissional. “É entender que estou removendo algo que faz parte de mim, mas que também me causou traumas profundos”, afirmou.
Apesar de se declarar orgulhosa de sua trajetória como mulher cega e ativista pela inclusão, Lucy destaca que o acesso à tecnologia médica é uma oportunidade de quebrar um ciclo de dor hereditária. “Eu amo ser cega, mas, se posso evitar que meu filho enfrente as mesmas dores que enfrentei, é isso que escolho fazer”, declarou.
Além da perda de visão, a Incontinentia Pigmenti pode provocar epilepsia e complicações neurológicas graves. Por isso, Lucy considera o rastreio genético não apenas um privilégio, mas uma responsabilidade com a futura geração.
A influenciadora, que tem milhões de seguidores, também relatou ter sido alvo de críticas, especialmente quando sua história viralizou em países como o Japão. “Recebi muitos comentários dizendo que eu não deveria ser mãe. Mas vou bloquear essas pessoas. Só penso nas mães que vieram antes de mim, mulheres resilientes e incríveis”, disse.
Com emoção, ela completou: “Ter um filho saudável não é sobre estética ou perfeição. É sobre tentar quebrar um ciclo de sofrimento que acompanhou gerações da minha família.”
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