A maior herança de Papa Francisco não está nos discursos, nem nas encíclicas. Está no exemplo. E ele quis que fosse assim até o fim. Desde sua partida, é a simplicidade de seus gestos que mais tem sido lembrada. Um líder que recusou tronos, luxo e honrarias. Que morava em uma casa modesta, usava roupas simples e carregava a própria maleta. Que pediu um funeral discreto e fez questão de repousar aos pés de Maria.
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Nesta quarta-feira (23), o corpo do pontífice será levado à Basílica Papal de Santa Maria Maggiore, em Roma, para uma cerimônia de despedida. Não por acaso, a igreja era sua preferida – sempre que voltava de uma viagem ou deixava o hospital, passava por lá para rezar à Virgem. No sábado (26), será o sepultamento. Nada de sarcófagos imponentes: um caixão de madeira e os trajes habituais. Exatamente como pediu.
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O testamento, escrito em 2022, quando o próprio Papa previu ter apenas alguns anos de vida pela frente, revela com precisão esse desejo. “O túmulo deve estar na terra; simples, sem decoração particular e com a única inscrição: Franciscus”, deixou registrado.
A despedida de Francisco não é marcada por luto pesado, mas por uma serenidade quase desconcertante. “Sentindo que o fim da minha vida terrena se aproxima e com viva esperança na Vida Eterna, desejo expressar minha vontade apenas com relação ao local do meu sepultamento”, escreveu.
Sua preocupação com os mais pobres sempre falou mais alto. O homem que adotou o nome de Francisco – em homenagem ao santo dos desfavorecidos – foi também o papa que criou abrigos no Vaticano e que ligava para padres das periferias. Como o brasileiro Júlio Lancellotti, que lembra com emoção do telefonema inesperado: “Ele pediu que eu permanecesse firme na missão de cuidar dos mais vulneráveis”.
Após a morte do pontífice, Lancellotti intensificou suas ações. No mesmo dia, promoveu uma campanha de vacinação para pessoas em situação de rua no Ambulatório Papa Francisco. Todos rezaram por ele. “Ele dizia para eu dizer a eles que rezava por todos, e que também pedisse suas orações”, contou o padre.
Nos últimos anos, Francisco já demonstrava a fragilidade da saúde e se mostrava cada vez mais atento aos conflitos mundiais, especialmente no Oriente Médio. Seu sofrimento, como afirmou no testamento, foi ofertado “pela paz mundial e pela fraternidade entre os povos”.
Com o coração voltado aos humildes, Francisco se despede como viveu: de forma simples, discreta e profundamente humana. Uma lição silenciosa que ecoará por gerações
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